Agricultura

Estudo aponta potencial agrícola do Distrito Federal

Pesquisa do IPEDF aponta que os moradores do DF buscam cada vez mais consumir os alimentos produzidos pela agricultura próxima aos centros urbanos

Laezia Bezerra
postado em 09/06/2023 03:55 / atualizado em 09/06/2023 16:14
 (crédito: Aline Nóbrega/IPEDF)
(crédito: Aline Nóbrega/IPEDF)

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), moradores de Brasília e regiões do DF buscam cada vez mais consumir os alimentos produzidos pela agricultura próxima aos centros urbanos. O estudo mostra que apenas 22% das terras do DF é de solo exposto. Se 1% desse total for destinado à agricultura urbana, é possível aumentar em 77,5% a produção de hortaliças (com 14.212 toneladas/ano) e em 4,9% a de frutas (17.187 toneladas/ano).

O estudo revela que o DF tem 69% de seu território classificado como macrozona rural (próxima aos centros urbanos) e, mesmo em áreas residenciais, foi possível identificar uma produção significativa de alimentos. A diversidade na produção, cultivos orgânicos e cadeias de comunidades que sustentam a agricultura mostram o potencial do mercado brasiliense para esse tipo de produção.

A ideia de criar um cinturão verde no DF — composto por chácaras para produção agrícola — não é nova, começou na ocupação da unidade federativa. Desde esse período, era idealizado um sistema de abastecimento de toda a população de Brasília e regiões. De acordo com IPEDF, a agricultura urbana tem potenciais importantes para serem aproveitados no DF, promovendo mais alimentos, renda para a população, além de ajudar na preservação do meio ambiente.

De acordo com a diretora de Estudos Ambientais e Territórios do IPEDF, Renata Florentino, os pesquisadores puderam observar o que o DF possuía em termos de agricultura e o quanto a produção sustentável impacta na vida da população. "Depois de seis décadas, conseguimos perceber o que se tinha desse ideal de cinturão verde e as tipologias existentes, como agricultura de resistência, quintais produtivos e a agricultura de ativismo. Essa prática não é apenas uma fonte de alimento ou de renda para as comunidades do DF, ela pode ser considerada como uma estratégia para ocupar áreas degradadas de solo exposto, o que favorece a permeabilidade do solo e a recarga de aquíferos".

O relatório aponta que a agricultura urbana e periurbana é bastante diversificada, com predomínio no cultivo de hortaliças plantadas em 12 áreas. Em outras quatro áreas, o cultivo é de frutas. Há também a produção de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC's), criação de peixe, produção de compostagem, floricultura, plantas medicinais, criação e pequenos animais e manejo em áreas de vegetação nativa.

Os produtos são vendidos em feiras nas regiões administrativas do DF. Alguns produtores fazem a venda direta por meio do Projeto Colha e Pague, CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultura). Os produtores periurbanos, ligados aos assentamentos de Reforma Agrária, vendem pelo Programa Nacional de Alimentação Escola (PNAE) e do Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (PAPA/DF).


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