De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), moradores de Brasília e regiões do DF buscam cada vez mais consumir os alimentos produzidos pela agricultura próxima aos centros urbanos. O estudo mostra que apenas 22% das terras do DF é de solo exposto. Se 1% desse total for destinado à agricultura urbana, é possível aumentar em 77,5% a produção de hortaliças (com 14.212 toneladas/ano) e em 4,9% a de frutas (17.187 toneladas/ano).
O estudo revela que o DF tem 69% de seu território classificado como macrozona rural (próxima aos centros urbanos) e, mesmo em áreas residenciais, foi possível identificar uma produção significativa de alimentos. A diversidade na produção, cultivos orgânicos e cadeias de comunidades que sustentam a agricultura mostram o potencial do mercado brasiliense para esse tipo de produção.
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A ideia de criar um cinturão verde no DF — composto por chácaras para produção agrícola — não é nova, começou na ocupação da unidade federativa. Desde esse período, era idealizado um sistema de abastecimento de toda a população de Brasília e regiões. De acordo com IPEDF, a agricultura urbana tem potenciais importantes para serem aproveitados no DF, promovendo mais alimentos, renda para a população, além de ajudar na preservação do meio ambiente.
De acordo com a diretora de Estudos Ambientais e Territórios do IPEDF, Renata Florentino, os pesquisadores puderam observar o que o DF possuía em termos de agricultura e o quanto a produção sustentável impacta na vida da população. "Depois de seis décadas, conseguimos perceber o que se tinha desse ideal de cinturão verde e as tipologias existentes, como agricultura de resistência, quintais produtivos e a agricultura de ativismo. Essa prática não é apenas uma fonte de alimento ou de renda para as comunidades do DF, ela pode ser considerada como uma estratégia para ocupar áreas degradadas de solo exposto, o que favorece a permeabilidade do solo e a recarga de aquíferos".
O relatório aponta que a agricultura urbana e periurbana é bastante diversificada, com predomínio no cultivo de hortaliças plantadas em 12 áreas. Em outras quatro áreas, o cultivo é de frutas. Há também a produção de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC's), criação de peixe, produção de compostagem, floricultura, plantas medicinais, criação e pequenos animais e manejo em áreas de vegetação nativa.
Os produtos são vendidos em feiras nas regiões administrativas do DF. Alguns produtores fazem a venda direta por meio do Projeto Colha e Pague, CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultura). Os produtores periurbanos, ligados aos assentamentos de Reforma Agrária, vendem pelo Programa Nacional de Alimentação Escola (PNAE) e do Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (PAPA/DF).
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