Investigação

Missionária apontada como comparsa de pastor golpista é presa em SC

A mulher, que não teve o nome divulgado e também é pastora, foi encontrada na cidade de Jaraguá do Sul (SC). A operação Falso Profeta foi coordenada pela DOT/Decor

Pastor Osório é considerado foragido -  (crédito: Redes sociais)
Pastor Osório é considerado foragido - (crédito: Redes sociais)
postado em 20/09/2023 20:10

Apontada como comparsa do pastor Osório José Lopes Júnior em um esquema de estelionato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e sonegação fiscal, uma missionária de Santa Catarina foi presa pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) no âmbito da operação Falso Profeta, desencadeada na manhã desta quarta-feira (20/9).

A mulher, que não teve o nome divulgado e também é pastora, foi presa na cidade de Jaraguá do Sul (SC). A operação Falso Profeta foi coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/Decor) e contou com o apoio de investigadores de outros cinco estados. No total, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na capital federal, em Goiás, no Mato Grosso, no Paraná e em São Paulo.

Segundo as investigações de mais de um ano, a organização criminosa era liderada pelo pastor Osório. Pelas redes sociais, como YouTube, Telegram, Instagram e Whatsapp, o grupo de quase 200 religiosos angariava as vítimas, a maioria delas fiéis e frequentadores de igrejas evangélicas e pregava uma teoria conspiratória apelidada de “Nesara Gesara” para convencer as vítimas a investir as economias em falsas operações, com a promessa de retorno financeiro imediato e rentabilidade estratosférica.

Octilhão de reais

A PCDF detectou, por exemplo, a promessa de que somente com um depósito (“aporte”) de R$ 25, as pessoas receberiam de volta nas “operações” o valor de “Um Octilhão de Reais”, ou mesmo “investir” R$ 2 mil para ganhar 350 bilhões de centilhões de euros. Em cinco anos, o grupo de criminosos movimentou ao menos R$ 156 milhões.

Como instrumento da fraude, os pastores constituíam empresas “fantasmas” e de fachada simulando ser instituições financeiras digitais (falsos bancos), com alto capital social declarado.

Empresas de fachada

Na tentativa de “dar aparência” de veracidade e legalidade às operações financeiras, os investigados ainda celebraram falsos contratos com as vítimas, com promessas de liberação de quantias surreais provenientes de inexistentes títulos de investimento, que estariam registrados no Banco Central do Brasil (BACEN) e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Quanto às empresas de fachada, a polícia identificou cerca de 40 delas e mais de 800 contas bancárias suspeitas.

Osório é considerado foragido da Justiça. Contra ele, há um mandado de prisão preventiva expedido. Os alvos poderão responder, a depender da participação no esquema, pelo cometimento dos delitos de estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.

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