Atos antidemocráticos

CPI da CLDF ouve coronel apontado pela PF como "omisso" nos atos de 8/1

Coronel Paulo José foi denunciado pela PGR ao STF por seis crimes. Ele chefiava o departamento de operações na ausência do titular, coronel Jorge Eduardo Naime

Coronel Paulo José (foto) deverá prestar depoimento na CPI do DF na condição de testemunha  -  (crédito: Reprodução/TV Globo)
Coronel Paulo José (foto) deverá prestar depoimento na CPI do DF na condição de testemunha - (crédito: Reprodução/TV Globo)
postado em 21/09/2023 09:59

O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Paulo José Bezerra, apontado pela Polícia Federal como omisso na não elaboração de um plano operacional para o 8 de janeiro, será ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), nesta quinta-feira (21/9).

Bezerra está preso desde 18 de agosto, após uma operação conjunta da Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República (PGR), que levou outros oficiais do alto-comando da PMDF para a cadeia. Entre eles, os ex-comandantes Klepter Rosa e Fábio Augusto Vieira. Os integrantes foram denunciados por seis crimes (veja abaixo).

Bezerra prestará o depoimento na condição de testemunha e não poderá prestar falso testemunho, sob pena de ir preso — condição já existente. Ele é alvo da CPI desde julho, quando a convocação dele foi aprovada pelos distritais. Na época, a PF apontou o coronel como omisso pela não elaboração do plano operacional. Ele era sub-chefe do Departamento de Operações (DOP), chefiado pelo coronel Jorge Eduardo Naime – que estava de folga. “É verossímil acreditar que Paulo José agiu de forma omissa, frente aos crimes praticados no dia do evento, ao não elaborar o planejamento operacional do policiamento ostensivo do Distrito Federal”, cita trecho do documento.

“A partir de análise efetuada nos materiais apreendidos, é verossímil acreditar na inexistência de um Plano Operacional, cuja elaboração era de competência do CORONEL PAULO JOSÉ, e de Ordens de Serviços”, detalhou a PF.

Porém, na semana do depoimento à CPI, o oficial apresentou atestado médico e não compareceu a comissão.

Denunciados

Ao ser preso, Paulo José Bezerra e outros oficiais do alto-comando da PMDF foram denunciados pela PGR pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.

Dos sete oficiais presos na operação, seis tiveram os salários suspensos pelo comandante-geral da PMDF, Adão Macedo, cumprindo uma determinação do ministro Alexandre de Moraes. A única exceção, por ora, é o próprio coronel Paulo José Bezerra.

Veja outros alvos da operação do mês passado

Coronel Fábio Augusto Vieira: comandante-geral da PMDF em 8 de janeiro de 2023;

Coronel Klepter Rosa: subcomandante da PMDF no 8/1, e assumiu cargo após exoneração do antecessor, Fábio Augusto;

Coronel Jorge Eduardo Naime: comandante do Departamento de Operações (DOP) em 8 de janeiro, mas havia entrado de licença-recompensa em 3 de janeiro;

Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra: sub-chefe do DOP da corporação, mas era titular do departamento;

Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues: chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF em 8 de janeiro de 2023, mas havia designado verbalmente outro para atuar;

Major Flávio Silvestre de Alencar: chefe do batalhão da Esplanada em 8 de janeiro de 2023;

Tenente Rafael Pereira Martins: atuou no 8/1

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