Entrevista

DF tem 22 áreas de risco no período chuvoso, aponta Defesa Civil

Ao Correio, o tenente-coronel José Genilson dos Santos, da Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil, conta como atuam as equipes multidisciplinares na prevenção e na gestão de desastres provocados pelas chuvas no DF

Defesa Civil orienta população sobre possibilidades de alagamento  -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Defesa Civil orienta população sobre possibilidades de alagamento - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 13/10/2023 06:00 / atualizado em 13/10/2023 10:44

Dezessete órgãos do governo e as 35 administrações regionais trabalham para alinhar medidas preventivas e de pronta resposta às possíveis ocorrências de desastres na época de chuvas. No último relatório do Serviço Geológico Brasileiro, feito ano passado, com a colaboração da Coordenação de Gestão de Riscos de Desastres (SSP-DF), foram mapeados 22 pontos de risco no Distrito Federal.

Em entrevista ao Correio, o tenente-coronel José Genilson dos Santos, coordenador de Gestão de Risco de Desastres, da Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil (Sudec), que é vinculada à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), comentou sobre o assunto. 

Onde ficam os pontos de maior risco no DF?

Os pontos estão situados nas regiões administrativas de Arniqueira, Fercal, Núcleo Bandeirante, Vicente Pires, Planaltina, Riacho Fundo I, Sobradinho II e Sol Nascente e Pôr do Sol. O relatório é entregue à Secretaria de Governo do Distrito Federal para orientar os trabalhos das equipes técnicas. A Defesa Civil iniciou novas visitas aos locais catalogados para verificar a evolução, reclassificar o grau de risco e identificar possíveis novas áreas. O trabalho é realizado em parceria com as administrações regionais. Após concluído, será possível obter o panorama atual, a poligonal das residências em risco e a estimativa populacional para que sejam tomadas as ações de mitigação. 

Como é a atuação com as populações das regiões de risco?

A Defesa Civil atua executando ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas, destinadas a evitar ou minimizar desastres, apoiando as ações dos órgãos de emergência, que realizam as primeiras intervenções.

Qual é o efetivo total da Defesa Civil e como ele é distribuído?

O efetivo total é de 46 servidores. A responsabilidade do mapeamento das áreas de risco é uma das atribuições da Coordenação de Gestão de Risco de Desastres (Coged), que possui atualmente 15 agentes. Além disso, contamos com um plantão operacional de dois militares de serviço de 24h, todos os dias. Em caso de emergência, é acionado o plano de chamada, sendo acionado o número de agentes de acordo com a demanda necessária.

Como é o diálogo com outras áreas da Segurança Pública?

Além da SSP-DF, todos os órgãos do GDF com competência nos assuntos abordados no mapeamento e até mesmo empresas privadas trabalham em conjunto. São diversos grupos de trabalho para tratar das situações. Os principais órgãos que participam são as administrações regionais, secretarias de Cidades, Obras e Desenvolvimento Social, Novacap e as forças de segurança.

Há alguma ação pontual em andamento para lidar com essas áreas? Se sim, como funcionará?

As áreas são mapeadas e o acompanhamento da evolução dos riscos é feito anualmente. Além disso existe o grupo interinstitucional para o enfrentamento de situações de emergência, em razão do período de chuvas ou de acidentes naturais.

Qual verba foi destinada à Defesa Civil em 2023? Isso é suficiente para custear o cuidado com essas áreas de risco?

Não há recursos específicos na Defesa Civil para prevenção das áreas de risco. As situações são analisadas e as informações são repassadas para os órgãos responsáveis. Cada um deles, dentro de suas competências e com recursos próprios, realizem as ações necessárias para mitigação dos riscos encontrados.

Que mensagem deixa para pessoas que ainda estão em áreas de risco?

A Sudec faz o monitoramento de áreas de risco do Distrito Federal, principalmente no período de chuvas, a fim de verificar ameaças e vulnerabilidades geotécnicas, estruturais e ambientais. São monitoradas locais que tenham declive acentuado, erosões, que sejam próximos a córregos e demais cursos d'água, com precariedade de sistemas de drenagem de águas pluviais e ou de saneamento básico, que tenham fragilidades construtivas das edificações, que apresentem acúmulo de resíduos sólidos, como entulho e restos de obras, entre outros problemas. A Defesa Civil orienta as pessoas a sair imediatamente desse local de risco, caso percebam que as edificações possam ser afetadas, avisando o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193, e a Defesa Civil, pelo 199. Também é importante enviar o CEP do local onde mora para o número 40199 para que seja possível receber alertas de chuvas para a região cadastrada.

*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti

 

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