Violência doméstica

Tentativa de feminicídio: mulher fica com rosto inchado após agressões

Homem agrediu companheira com socos e a enforcou no apartamento onde moram, em Valparaíso de Goiás. Ela fingiu desmaio para evitar mais agressões do homem, que foi preso por PMs

Mulher é agredida com socos e enforcada por companheiro, no Entorno do DF -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Mulher é agredida com socos e enforcada por companheiro, no Entorno do DF - (crédito: Material cedido ao Correio)
postado em 20/11/2023 13:23 / atualizado em 20/11/2023 14:18

A autônoma Adriana Lima, de 40 anos, foi agredida pelo companheiro, Johannes Gabriel Ribeiro Araújo dos Santos, 28, na manhã desse domingo (19/11), no apartamento do casal, no Residencial Parque Clube 2, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a Polícia Militar de Goiás (PMGO), a vítima gritou por socorro enquanto o agressor estava com uma faca. O acusado foi preso por tentativa de feminicídio e encaminhado à 1ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) de Luziânia.

A mulher estava com o rosto inchado pelos socos e em estado de choque, pois o suspeito também a enforcou e quebrou imóveis, como a porta e espelho. "A agressão maior não foi nem o machucado, mas foi aqui (momento em que ela toca no peito), porque a gente confia. São oito meses comigo, sempre se mostrou uma pessoa agressiva, e eu tinha até medo de mandar embora com medo de isso aqui", relata Adriana.

Segundo a mulher, durante uma briga do casal, o companheiro a bateu e a tentou matar com uma faca. No vídeo abaixo, ela mostra marca da cama furada com facadas. Para se defender, ela usou um pote de creme de cabelo e bateu na cabeça do homem em sinal de autodefesa. "Tentei fugir e ele arrebentou a porta", acrescenta.

 

A Polícia Militar do DF atendeu o caso por meio do 20° BPM, do Paranoá, com apoio do 5º Comando Regional de Polícia Militar (5°CRPM), de Luziânia. "Espero, do fundo do meu coração, que a justiça seja feita, porque se essa pessoa fez isso comigo pode fazer com outras pessoas. Que sirva de exemplo que mulher tem que ser respeitada com carinho, porque a gente veio de uma mulher e não merece ser tratada assim", diz a vítima.

Os policiais foram até o 8° andar do bloco B do residencial, onde era possível escutar os gritos de socorro e barulho de talheres, segundo os policiais, como se o autor procurasse algo para feri-la. Os policiais militares romperam a porta, que estava trancada, para entrarem no local, momento no qual renderam o agressor, que estava descontrolado. "Se eles não tivessem arrebentado, eu estaria morta agora", desabafa Adriana.

Segundo a corporação, foi necessário o uso progressivo da força para conter o acusado. Nesse instante, os PMs conseguiram prender o agressor no momento em que ele iria tentar cometer o feminicídio. Na ocorrência, foi apreendida uma faca que o suspeito iria usar para ferir a companheira.

Ameaça de morte por ciúmes

O soldado da Polícia Militar de Goiás (PMGO) Wendel Abrantes, que atendeu a ocorrência junto do 3º sargento da Fonseca, da PMGO, conta que receberam a ligação de vizinhos. Eles relataram que ouviram gritaria no 8º andar, onde o casal mora. “A todo tempo, o autor estava falando que iria matar a esposa por conta de ciúmes", lembra.

Em seguida, os policiais tentaram abrir a porta com a maçaneta, mas estava trancada. “Ela gritou ‘socorro! socorro! Ele vai me matar’. Rompemos e conseguimos render o autor, que estava bastante agressivo e descontrolado”, afirma o soldado da PMGO.

Segundo o policial militar, o suspeito tinha tomado uma medicação forte para controle de ansiedade antes de cometer as agressões. Adriana relata que o companheiro usou o remédio para fingir desmaio quando percebeu que os policiais estavam chegando. "Ele tomou para alegar que estava sob doping, mas estava querendo me matar. Ele disse 'ou você ou eu', e apontou a faca várias vezes para mim", assegura.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->