O médico neurologista Iran da Costa Bessa morreu, ontem, aos 85 anos, por infecções causadas por piora no quadro clínico da doença de Parkinson. Lembrado pela pontualidade, atendimento de graça a pacientes carentes e a colegas de trabalho, o paulistano, que veio para Brasília em 1967 estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da Asa Sul desde 15 de novembro. O velório de Iran está marcado para ocorrer das 7h às 9h, desta sexta-feira (23/11), na capela 10 do Cemitério Campo da Esperança, da Asa Sul. O sepultamento começa às 9h30.
No último ano, o médico precisou ser internado diversas vezes. Filho de Iran, o desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Leonardo Bessa, 55, conta que, há um ano, o pai sofria com problemas causados pela doença. "Ele vinha perdendo energia com muitas idas ao hospital. Foi entubado e saiu por quatro vezes. Depois, fez alimentação pelo nariz, pegando infecção", detalha.
Segundo Leonardo, o Parkinson, que afetou as pernas do médico, piorou a ponto de atingir o esôfago. "Com isso, ele ficou desnutrido, fraco, e teve que colocar sonda, o que trazia infecção. Ele ainda precisou ficar no hospital por conta de uma pneumonia, em decorrência do estado de fragilidade dele", explica.
Quem teve relação profissional com Iran aprendeu com ele, conforme conta a secretária Maria Aparecida Amaral, 64. Ela trabalhou com o médico por 43 anos no Instituto de Neurologia, Neurocirurgia e Eletroencefalografia de Brasília, que ajudou a fundar, em 1967, com três sócios.
Maria Aparecida lembra que a convivência com o doutor Iran foi pautada pela honestidade e pontualidade. "Ele não se atrasava e não admitia que chegássemos depois do horário. Ele dizia que era um desrespeito com os pacientes. Ele também era tão honesto que a gente fazia questão de ser honesto também", emociona-se.
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Trajetória
Leonardo conta que o pai tinha o costume de atender qualquer um, seja autoridade ou uma pessoa simples. "Trabalhava de graça. Chegava alguém e ele atendia. Exercia a medicina com alegria, dedicação e humanismo. Não tinha hora para cuidar dos seus pacientes. Fez muitos plantões noturnos no Hospital de Base e em hospitais particulares. Estava sempre disposto quando o propósito era curar pessoas", diz.
Nascido em 29 de janeiro de 1938 em São Paulo-SP, Iran da Costa Bessa formou-se em medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde passou entre os três primeiros lugares no vestibular. Na universidade, conheceu a esposa, Liliana Roscoe Bessa, com quem se casou em 1965. O casal chegou a Brasília um ano antes.
Além da esposa, Iran deixou quatro filhos, todos nascidos em Brasília: as gêmeas Juliane e Cristiane, Leonardo e Daniela Roscoe Bessa.
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