ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

À CPI, major diz que manifestantes eram 'curadas' no acampamento do QG

Major aposentado da PMDF, Cláudio Mendes exercia função de pastor dentro do acampamento, em frente ao Quartel-General do Exército. À CPI da CLDF, O oficial disse que pessoas foram curadas de doenças no movimento. Ele está preso desde 23 de março

O major aposentado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Cláudio Mendes dos Santos, contou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa (CLDF), que pessoas que frequentavam o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, eram curadas de doenças.

O oficial está preso desde 23 de março, após ser alvo da Operação Lesa Pátria, em 23 de março, por ser suspeito de ensinar táticas de guerrilha no acampamento. No movimento golpista em frente ao quartel do Exército, Santos exercia a função de pastor. Segundo ele, as pessoas que frequentavam o local foram curadas. “Muitas pessoas foram curadas ali. Foi espiritual, (curadas) de doenças”, afirmou.

Logo em seguida, questionado pelo presidente da CPI, o deputado Chico Vigilante (PT), se o acampamento era um santuário espiritual. O major concordou. “Para muitas igrejas, para igreja católica. É só pegar as filmagens. O sumiço dessas filmagens é um crime. Gente, se tivesse as câmeras, muitas coisas seriam vistas”, argumentou o pastor.

 

 

Oitiva 

O depoimento do oficial aposentado estava marcado, inicialmente, para 18 de outubro. Preso no batalhão da PMDF dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, ele passou mal durante o trajeto à CLDF, se queixando de dores no abdômen. Santos foi levado às pressas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião.

Na unidade, o médico deu três dias de atestado para o oficial e, por isso, a oitiva do major foi adiada, sendo remarcada para essa quinta-feira (9/11).

Nas investigações conduzidas pela PF, o oficial é suspeito de atuar na incitação de atos antidemocráticos, em frente do Quartel General (QG) do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). As investigações apontam ainda que o major teria ensinado táticas de guerrilha para os manifestantes do acampamento.

O major é investigado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

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