No que parecia ser mais uma noite típica de trabalho, o motorista de aplicativo Vagner Souza Ferreira, de 39 anos, foi assassinado a facadas na quinta-feira, por volta das 23h. Os autores do crime são um casal que saiu de São Sebastião em direção ao Gama e o abordou com a intenção de roubar o carro e demais pertences. A dupla foi presa e autuada em flagrante.
"A família está arrasada", revela o concunhado da vítima, Breno Aurélio. "Ele não tinha problemas ou rixas com ninguém. Todo mundo era querido para ele e ele querido para os outros. Estava sempre disposto a ajudar e não tinha inimigo nenhum", detalha.
Familiares do motorista também relembram que o homem era tranquilo e que teria reagido à investida dos criminosos somente por perceber que a arma utilizada era falsa. Vagner vivia com sua esposa Fabiana e não tinha filhos. Sua mãe atualmente vive na Bahia. Os demais familiares aguardam a chegada dela a Brasília para realizar o sepultamento. O pai morreu há 8 meses.
Após o esfaqueamento, o corpo de Vagner foi lançado para fora do veículo roubado e abandonado em uma área de mata, na DF-483. O motorista não resistiu aos ferimentos e morreu. Os policiais saíram em busca dos autores do crime e localizaram o casal na AC 200 de Santa Maria. A dupla estava no carro da vítima e foi conduzida à 20ª Delegacia de Polícia (Gama).
Em nota, a Uber lamentou a violência contra os motoristas. "A empresa permanece à disposição das autoridades para auxiliar no curso das investigações, nos termos da lei." Ainda segundo a empresa, a conta utilizada para solicitar a viagem foi desativada assim que tomou conhecimento sobre o episódio.
Motoristas
O líder do Movimento dos Motoristas por Aplicativo de Brasília, Manoel Scooby, afirma que a categoria pede aos aplicativos mais rigor no cadastro de passageiros. "Hoje em dia, qualquer pessoa pode fazer o cadastro solicitando o serviço. O elemento baixa o aplicativo, solicita o serviço. A gente nunca sabe quem nós estamos transportando no banco de trás, sendo refém da situação, que é o que acontece direto. Muitas vezes acontecem assaltos e a imprensa nem fica sabendo", afirma Scooby.
A liderança também diz que também é pedido aos aplicativos o monitoramento dos motoristas. "E ao Poder Público do Distrito Federal um maior efetivo de polícia nas ruas. Eu rodo a noite inteira e vejo poucas viaturas, blitz e bloqueio nas ruas", afirma Scooby.
*Estagiário sob a supervisão de Suzano Almeida
Saiba Mais