Dengue

Bebê que contraiu dengue e ficou debilitado apresenta melhora clínica

Nascido em 18 de janeiro, Théo Luca estava na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais para pacientes em risco e, agora, se recupera na maternidade do Hospital Regional do Paranoá. O pai acredita que o bebê contraiu dengue na própria unidade

Hospital Regional do ParanoÃ?¡ -  (crédito: Tony Winston/AgÃ?ªncia SaÃ?ºde-DF)
Hospital Regional do ParanoÃ?¡ - (crédito: Tony Winston/AgÃ?ªncia SaÃ?ºde-DF)

O bebê Théo Luca de Jesus Castro teve alta da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN) do Hospital Regional do Paranoá (HRPa), nessa quarta-feira (31/1). Nascido em 18 de janeiro, o pequeno contraiu dengue com cinco dias de vida, infecção que o pai, Nelson Dorin, 36 anos, afirma ter ocorrido ainda no hospital. Isso porque, após o nascimento, ele permaneceu sob os cuidados da instituição até o dia 21. Agora, Théo se recupera na maternidade do HRPa. 

Na noite do dia 22, o bebê começou a apresentar os primeiros sintomas da doença, retornando ao HRPa, onde realizou exames e, em seguida, foi transferido à UCIN. Na unidade, a médica responsável explicou que o mal-estar de devia à dengue.

"Ficamos muito assustados, pois ele estava bastante debilitado e desidratado, tanto que precisou de soro, sonda e oxigênio. As plaquetas dele, inclusive, ficaram bem reduzidas; até avaliaram a possibilidade de transfusão, mas não foi necessário", detalhou Nelson, que é motorista. 

Falta de limpeza

"Desde a semana passado, tenho ido ao HRPa todos os dias e observo que os fossos de ventilação do local estão sujos, com madeiras podres, sacos de lixo, copos descartáveis... tudo cheio de água", lamentou o pai do bebê. Nelson entrou em contato com a brigada do hospital e com a vigilância epidemiológica, solicitando uma limpeza, mas não notou mudança alguma.

Os pais do recém-nascido observaram que os fossos do hospital estão localizados justamente na UCIN, aumentando a possibilidade de infecção dos bebês pela dengue. Segundo Gustavo Rocha, secretário da Casa Civil do Distrito Federal, todas as análises estão sendo feitas. "A princípio, não há como afirmar se ele contraiu dengue no hospital ou na residência", disse. 

De acordo com Nelson, alguns profissionais do hospital afirmaram a ele que no local há possibilidade de contrair a doença, devido à grande quantidade de mosquitos. "Conversando com o pessoal da vigilância, fiquei curioso para saber como ocorre a evolução do vírus. Me explicaram que, após a picada, demora cerca de cinco dias para aparecerem os sintomas. Isso comprova que meu filho não foi picado em casa, onde não ficou nem 24 horas", assegurou.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde (SES-DF) para obter esclarecimentos sobre o relato de sujeira e água parada nas dependências do Hospital Regional do Paranoá, mas, até a publicação desta reportagem, não teve retorno.

Veja o vídeo gravado por Nelson de um dos fossos do hospital:

Cuidado redobrado

Conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela SES-DF,  o grupo com maior incidência de casos prováveis de dengue em residentes no Distrito Federal está na faixa etária de 70 a 79 anos — 605,1 casos por 100 mil habitantes.

Das seis mortes confirmadas no DF, em 2024, pelo menos uma vítima tinha entre 5 e 9 anos. Durante todo o ano de 2023, foram registrados 3.376 casos prováveis entre crianças de 0 a 14 anos, enquanto em janeiro de 2024 já foram registrados 3.169 casos suspeitos na mesma faixa etária. Entre 1º e 27 de janeiro, foram 29.500 casos prováveis.

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postado em 01/02/2024 16:21 / atualizado em 01/02/2024 16:25
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