CRÔNICA DA CIDADE

Crônica: Volta ao mundo em 30 e tantos dias

"Decidimos começar a leitura em família de a Volta ao mundo em 80 dias, um dos clássicos do francês Júlio Verne"

Começamos uma aventura com muitos precedentes lá em casa. Somos quatro passageiros em uma das mais famosas viagens da literatura mundial. Em pouco mais de um mês esperamos concluir o percurso. Não sabemos como será o fim, é um mistério...

Decidimos começar a leitura em família de a Volta ao mundo em 80 dias, um dos clássicos do francês Júlio Verne. Encontramos uma edição perdida na estante, nunca antes lida, e começamos a empreitada de maneira despretenciosa, já que temos uma viajante de 3 e outra de 6 anos de idade.

Curiosamente, as duas se mantêm entretidas até o momento. Já se passaram seis dias e também seis capítulos percorridos. Phileas Fogg e seu empregado e companheiro de viagem Passepartout acabaram de sair para uma das aventuras mais conhecidas da história da literatura.

A atenção inequívoca das duas crianças não surpreende, já que a leitura faz parte da rotina da casa, mas não esperávamos que se estendesse tão cedo a um livro fora do universo infantil. Acontece que as obras bem escritas e cativantes têm esse poder, tornam-se inteligíveis mesmo para quem ainda não está familiarizado com o mundo das letras e sequer aprendeu a ler.

Engana-se quem pensa também que é preciso parar a cada parágrafo para explicar o que está acontecendo ou traduzir palavras mais complexas. Elas captam a essência da trama sem dificuldades. Certamente não entendem tudo, mas o simples ritual de sentar-se antes de dormir, em família, para ouvir uma história interessante basta.

O livro escolhido ajuda muito. Capítulos curtos — são 37 no total — permitem que sejam lidos por completo, um a cada dia. Logo, estamos na expectativa de terminá-lo até o início do próximo mês. Escrita no século 19, a obra permanece atrativa para o mundo atual. Não à toa virou filme e inspirou outros tantos, assim como outras de autoria de Verne.

Curiosamente, ao que parece, o primeiro livro do célebre escritor foi recusado por quinze vezes até que um amigo, ninguém menos que Alexandre Dumas Filho, o apresentou ao editor P.J. Hetzel, que o contratou para assinar uma coluna em uma revista. Verne teve o contrato renovado por mais de 40 anos e o resto da história o leitor certamente conhece, de experiência própria ou de ouvir falar.

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