
O Dia das Crianças foi marcado pela Marotinha, uma tradição da capital. E, neste ano, o público total foi recorde, com dois mil atletas mirins inscritos e um público de mais de 10 mil pessoas, que vibraram no Eixo Cultural Ibero-Americano na manhã deste domingo. A corrida infantil organizada pelo Correio Braziliense teve início às 7h e reuniu pequenos corredores na faixa etária de 4 a 13 anos.
O vice-presidente do Correio, Leonardo Moisés, reforçou o sentimento de pertencimento e alegria que a Marotinha proporciona. "É maravilhoso ver a energia das famílias e o sorriso das crianças. O evento cresce a cada edição e mostra o quanto o Correio está presente no cotidiano de Brasília. Proporcionar alegria é bom; proporcionar alegria para as crianças é ainda melhor. Quem sabe, entre esses pequenos corredores, não estão futuros atletas. Ou até futuros repórteres?", completou.
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E Taguatinga vai ganhar um presente para as comemorações de seus 68 anos, em 2026. A cidade, fundada em 5 de junho de 1958, terá a sua corrida mirim também, a Marotinga. O anúncio foi feito durante a Marotinha, pelo assessor institucional do Correio, Miguel Jabour. “É a marca do Correio, TV Brasília, Rádio Clube na rua, proporcionando alegria para Brasília. A pedido das crianças e dos pais, vamos expandir esse evento para Taguatinga no próximo ano. ‘Por que só no Plano Piloto?’, perguntaram. Então, vamos até eles”, disse.
Jabour, que foi um dos idealizadores da Marotinha, destacou a trajetória histórica do evento e comemorou o resultado deste ano. “Foi a melhor Marotinha de todos os tempos”, celebrou. “A Marotinha existe desde 1992 e é um símbolo do compromisso do Correio com hábitos saudáveis. Transformar a força de um jornal em ações que incentivam o bem-estar é uma forma de retribuir à cidade o carinho que recebemos há mais de seis décadas”, afirmou.
A deputada distrital Paula Belmonte, que há três anos é a madrinha do evento e o acompanha com os filhos Heitor e Luiz Arthur, ambos competidores, enfatizou o impacto do esporte na infância e a importância de políticas públicas integradas. "O esporte desenvolve cognitivamente, traz valores e salva vidas, especialmente entre os jovens. Mas, para falar de esporte, precisamos falar também de alimentação saudável e segurança alimentar. Hoje, ainda faltam creches em Brasília, e quando uma criança brinca de pular com um pé só, está se desenvolvendo cognitivamente. Essa é uma janela de oportunidade preciosa", avaliou a parlamentar.
O secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira, também falou sobre a dimensão social da Marotinha. "A corrida de rua já é uma tradição do DF, e promover uma edição voltada às crianças é promover a inclusão. O esporte ensina valores fundamentais, como disciplina, respeito e superação. Ganhar e perder faz parte da formação de qualquer cidadão", disse.
Junqueira acrescentou que a pasta tem trabalhado para ampliar o acesso ao esporte desde a primeira infância. "Hoje, temos 12 Centros Olímpicos e Paralímpicos que atendem desde crianças até idosos, com foco nas faixas etárias mais jovens. São espaços que acolhem, ensinam e protegem. Cada real investido em esporte é economia em segurança pública e saúde. O que queremos é que essas crianças levem para a vida a lembrança da Marotinha e cresçam acreditando no poder transformador do movimento", detalhou.
Tradição
O atleta olímpico Caio Bonfim, ídolo do atletismo brasileiro, prestigiou as premiações e conversou com as crianças. "Eu comecei a correr ainda pequeno, e ver essa garotada animada me emociona. O esporte ensina superação, alegria e disciplina. É bonito ver Brasília valorizando isso", disse o marchador, que nasceu em Sobradinho e já disputou a Marotinha. Hoje, ele tem três filhos e dois participam da corrida.
O primeiro colocado de cada bateria ganha bicicleta. Em 1996, Eduardo Nascimento, 37, venceu a Marotinha. Na ocasião, com 6 anos, ele ganhou esse mesmo prêmio e, como já tinha, presenteou a mãe, Fany Alves. Agora, seu filho Heitor Nascimento participou da prova. "Eu corro até hoje. A corrida ajuda a viver, ainda mais para quem tem TDAH, como eu. Hoje em dia, é tudo muito ligado à tecnologia e fazer exercício ajuda muito", comentou Eduardo.
Mariana Caldas, professora, levou os filhos Henrique e Gabriel para correr e aproveitou o espaço para se reunir com amigos e família. "A gente gostou muito da oportunidade no Dia das Crianças de juntar todo mundo, fazer até um piquenique aqui. Achei muito boa a estrutura do lugar", destacou.
O momento sem telas que o evento proporcionou foi muito importante para Mariana. "Você vê que ninguém trouxe celular, ninguém trouxe tablet. Fica ao ar livre se divertindo, como tem que ser. Criança sendo criança. O esporte é muito bom para o foco, para a atenção e para a persistência. A gente vê uma evolução diferente nas crianças", finalizou a professora.
Carlos Alexandre, 48 anos, levou o filho Miguel, 10. "Eu era uma pessoa obesa. Durante a pandemia, consegui emagrecer, fiz uma dieta e eu precisava complementar. Desde o começo do ano passado, comecei a correr. E meu filho sempre me vê correndo, chegando com as medalhas, sempre perguntando como é, qual é a sensação. Então, comecei a motivá-lo", conta Carlos. "Foi a primeira vez que ele correu e eu fiquei muito emocionado. Ele sempre me vê e, de repente, estou aqui torcendo por ele", conta.
Bianca Ferro é professora de educação física e sua filha e aluna Marcela Ferro, 6, chegou em primeiro lugar em sua bateria pelo segundo ano consecutivo, ao lado do amigo Gabriel Lúcio Escórcio, 7, também aluno de Bianca. "Dou aula para os dois desde os 3 anos. Eles têm uma matéria optativa na escola de atletismo e treinamos a corrida", diz a professora. "Eles foram bicampeões, mas o mais importante é o incentivo ao esporte, fazer com que estejam aqui sentindo essa adrenalina", comenta. Os pequenos estavam muito animados com a vitória e com o prêmio: uma bicicleta para cada um. "Vou deixar a bicicleta na casa do meu pai, porque na da minha mãe eu já tenho", explicou Gabriel Lúcio, de 7 anos.
Os atletas mirins foram divididos em seis baterias: 50 metros (4 e 5 anos), 75 metros (6 e 7 anos), 150 metros (8 anos), 200 metros (9 e 10 anos), 300 metros (11 e 12 anos) e 400 metros (13 anos).
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