Prêmio JK

Visão para o sucesso: 10 famílias se juntam para produzir vinho de qualidade e 100% local

Ronaldo Triacca foi o vencedor na categoria Comércio e Serviços

Em companhia de sua esposa e sócios, o empresário Ronaldo Triacca agradeceu ao Prêmio JK, do Correio Braziliense, pela homenagem na categoria Comércio e Serviços. "É uma honra muito grande para nós, que estamos nessa atividade relativamente nova no DF. Queria agradecer ao jornal pela oportunidade", afirmou.

A Vinícola Brasília, da qual é um dos 10 sócios, é um dos marcos mais recentes de inovação e empreendedorismo em Brasília. Unindo esforços de 10 famílias produtoras de vinho, a vinícola processa 100% da produção local. "Temos conseguido destaque nacional e internacional com a nossa produção. Conseguimos produzir vinhos de qualidade em Brasília, isso é uma grande conquista para nós", comentou.

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Sobre as 10 famílias - Casa Vitor, Ercoara, Horus, Marchese, Miro, Monte Alvor, Oma Sena, Alto Cerrado, Villa Triacca e Vista da Mata - Triacca agradeceu a parceria e empenho de todas. "Foi só por causa dessa junção que o nosso sonho se tornou realidade, agradeço imensamente a todos que participaram desse projeto", agradeceu.

"A vinícola Brasília é um guarda-chuva que tem outros empreendimentos nele. Conseguimos atingir uma capacidade de 400 mil litros/ano. Eu acredito que isso é uma marca para comemorar na cidade", disse.

Localizada na Pad-DF, a vinícola ainda está dando os primeiros passos. Com um ano e meio de existência, Triacca comenta que é uma honra inimaginável representar Brasília em uma premiação com outros nomes de destaque da capital. "As coisas estão acontecendo muito rápido. É uma atividade nova na capital a produção e é extremamente gratificante dividir a premiação com outros empresários de renome", disse.

Triacca também comentou sobre a expansão de Brasília em outras áreas. "A capital vai além da política e dos monumentos. É realmente um sonho realizado ter inaugurado esse local com o esforço de 10 famílias que embarcaram nesse sonho também. Estamos dando apenas os nossos primeiros passos", comemorou.

Sucesso

O sucesso dos vinhos da vinícola também já estão ultrapassando fronteiras. "Já tem vinhos nossos em algumas outras capitais do país. É muito gratificante ver o nosso esforço dando tantos frutos", disse. Triacca também comenta que a atuação do projeto também está sendo planejada. "Há negociações para a venda dos nossos vinhos para outros países. Isso mostra como o nosso produto está sendo reconhecido", complementou.

Durante o seu discurso em agradecimento ao prêmio, ele também destacou a importância do enoturismo para a capital. "É um setor que movimenta a economia de uma forma muito grande. Em uma degustação de vinhos, ao mesmo tempo, você tem um queijo de um produtor familiar, tem um café de outro produtor, Isso é muito importante para o setor", disse.

Em menos de uma década, a Vinícola Brasília transformou o PAD-DF em um dos polos emergentes da vitivinicultura nacional, resultado da visão de Ronaldo Triacca e da união de 10 famílias produtoras que acreditaram no potencial do Cerrado para produzir vinhos de alta qualidade.

A história começou em 2017, quando Triacca, veterano da região, com mais de 40 anos de atuação no campo e liderança como presidente da AgroBrasília, encontrou o amigo Erbert Araújo, o Bebeto, em um Dia de Campo sobre fruticultura. Ambos dispostos a apostar na dupla poda/técnica que permite colher uvas no inverno, decidiram iniciar os primeiros hectares em 2018.

Os encontros regados a vinho brasileiro revelaram um desafio: para vinificar com qualidade, seria preciso reunir mais produtores. Coube a Triacca articular o grupo, convocando amigos, parceiros e vizinhos para uma atividade até então inédita na capital. A adesão veio em ondas: primeiro Carlos Vitor, depois Nelson, Juvenil Cenci, Ademir Cenci e, mais tarde, Fabrício Marchese, convencido após degustar o primeiro vinho fino de Brasília, o Seu Claudino Syrah, da safra 2019.

Assim nasceu o projeto coletivo que daria origem à Vinícola Brasília, inaugurada em 21 de abril de 2024, com arquitetura inspirada nos monumentos da capital e assinada por Renata Melendez e Ednilson Lazzeri. Hoje, são cerca de 60 hectares de vinhedos, com média de seis hectares por produtor e dezenas de variedades cultivadas, das tintas syrah, malbec e cabernet franc às brancas chardonnay, viognier e sauvignon blanc.

A vinícola-mãe comporta 400 mil litros e concentra a vinificação de todos, preservando o caráter artesanal das 10 marcas boutique: Alto Cerrado, Boa Vista da Mata, Casa Vitor, Ercoara, Horus, Marchese, Miro, Monte Alvor, Oma Sena e Villa Triacca. Com mais de 60 premiações nacionais e internacionais, impulsionadas pelo Monumental Syrah, o projeto se consolidou como referência em vinhos de inverno.

Além do impacto econômico, a iniciativa fomentou o enoturismo, gerando empregos, fortalecendo produtores familiares e inaugurando eventos como a Expovitis Brasil. O empreendimento é administrado de forma cooperada, com participação igualitária entre os sócios e gestão liderada por Isabela Bonato, Alan Cenci e Sergio Araújo, simbolizando uma rara combinação de amizade, técnica e espírito comunitário que redefiniu o mapa do vinho brasileiro.

Prêmio JK

Esta é a primeira edição do Prêmio JK, lançado pelo Correio Braziliense, que reconhece e homenageia personalidades que fizeram parte da história de Brasília. O prêmio leva o nome da maior referência para a cidade, o ex-presidente Juscelino Kubitschek. São 16 categorias: esporte, cultura, sustentabilidade, agro, empreendedorismo, educação, direito e justiça, indústria e tecnologia, inclusão e voluntariado, saúde, gestão pública, turismo e eventos, comércio e serviços, entidade de classe, inovação e economia criativa. Além disso, há a categoria das homenagens especiais: quatro personalidades que se destacaram em várias áreas foram selecionadas para figurarem na história dessa premiação. A seleção dos homenageados deste ano foi feita pela redação do Correio.

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