Pandemia causou 'crise de saúde mental' e 'aumento da violência doméstica'

O alerta foi feito pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), nesta terça-feira

Agência France-Presse
postado em 18/08/2020 15:39 / atualizado em 18/08/2020 15:39
 (crédito: Marcos Santos/USP/Agência Brasil)
(crédito: Marcos Santos/USP/Agência Brasil)

Depressão, ansiedade, estresse: a pandemia de covid-19 causou uma "crise de saúde mental" sem precedentes em todo o continente americano, e gerou um "aumento da violência doméstica", alertou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), nesta terça-feira (18/8).

"A pandemia de covid-19 provocou uma crise de saúde mental em nossa região em uma escala que nunca vimos antes", disse a diretora da Opas, Carissa Etienne.

De acordo com as pesquisas, nos Estados Unidos, Brasil e México, os três países americanos mais afetados pelo coronavírus, aproximadamente metade dos adultos estão estressados devido à pandemia.

Isso aumentou o consumo de drogas e álcool, o que "pode agravar os problemas de saúde mental", alertou Etienne.

As medidas para conter a pandemia, somadas com os impactos sociais e econômicos do vírus, "estão aumentando os riscos de violência doméstica: a casa não é um local seguro para muitos", acrescentou, ao destacar a multiplicação dos pedidos de ajuda por abusos na Argentina, Colômbia e México.

Por outro lado, devido à interrupção de certos serviços de apoio e ao isolamento das vítimas, "é provável que o alcance real da violência doméstica durante a covid-19 seja subestimado", disse.

Para a chefe da Opas, as crescentes necessidades de atenção da saúde mental e os recursos reduzidos para abordá-las criam uma "tempestade perfeita" em muitos países.

"É urgente que o apoio à saúde mental seja considerado um componente fundamental da resposta à pandemia", pediu.

Com quase 11,5 milhões de casos e mais de 400 mil mortos, o continente americano continua sendo o mais afetado pela covid-19 no mundo, com 55% dos novos casos registrados na semana passada, segundo dados da Opas.

"As Américas têm aproximadamente 13% da população mundial, mas somam até agora 64% das mortes mundiais registradas oficialmente", disse Etienne.

Estados Unidos e Brasil são os países mais afetados, mas têm-se observado uma tendência crescente em regiões estáveis há várias semanas, como o Caribe.

Entre os países que registraram novos casos, ela destacou a República Dominicana, Jamaica, Bahamas e Trinidad e Tobago, além do Peru.

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