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Fatos científicos da semana

Correio Braziliense
postado em 28/08/2020 22:28


Fauna surpreendente

Uma reanálise de fósseis de um dos sítios paleontológicos mais importantes da Europa, o Vale do Rio Olte, na Romênia, revelou uma grande diversidade de espécies da fauna, incluindo uma girafa de pescoço curto, rinocerontes e felinos dente-de-sabre. Esses e outros animais vagavam pelas pastagens abertas da parte Oriental do continente durante o início do Pleistoceno, aproximadamente 2 milhões de anos atrás. “Encontramos vários animais que não tinham sido claramente identificados na área antes, e muitos que não são mais encontrados na Europa”, disse Clarie Terhune, pesquisadora da Universidade do Arkansas. Os cientistas esperam que os fósseis forneçam pistas sobre como e quando os primeiros humanos migraram da África para a Eurásia. Reconstruções de ambientes passados como esse também podem ajudar a entender melhor as mudanças climáticas futuras.

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Pólio oficialmente erradicada na África

 (crédito: Pius Utomi Ekpei/AFP - 22/4/17)
crédito: Pius Utomi Ekpei/AFP - 22/4/17

Após quatro anos de esforços ininterruptos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o poliovírus selvagem, mais conhecido como pólio, oficialmente erradicado do continente africano. Nesse período, houve vacinação em massa e acompanhamento da situação no nordeste da Nigéria, região devastada pelo conflito contra os jihadistas do grupo Boko Haram. “Graças aos esforços mobilizados pelos governos, profissionais de saúde e comunidades, mais de 1,8 milhão de crianças foram salvas desta doença”, afirmou a OMS em um comunicado. “É uma vitória formidável, um alívio”, declarou o médico Tunjui Funshuo, do comitê Pólio Nigéria, da associação Rotary International. A poliomielite é uma doença infecciosa aguda e contagiosa que afeta principalmente as crianças. Ela ataca a medula espinhal e é capaz de provocar uma paralisia irreversível. Era endêmica em todo planeta até o desenvolvimento de uma vacina nos anos 1950.

Bactéria sobrevive à viagem interplanetária

 (crédito: AFP - 10/6/20)
crédito: AFP - 10/6/20

Uma bactéria sobreviveu três anos no espaço durante um estudo realizado a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), o que sugere que formas de vida simples podem viajar de um planeta para outro, concluíram cientistas japoneses que participaram da pesquisa. Segundo eles, a constatação corrobora a teoria da panspermia, segundo a qual micro-organismos poderiam transportar vida entre planetas. Para testar essa hipótese, os pesquisadores depositaram a bactéria Deinococcus radiodurans, fora da ISS, a uma altitude de 400 quilômetros. Apesar de um ambiente extremo, com forte exposição aos raios ultravioleta e amplas faixas de temperatura, a bactéria sobreviveu três anos. “Eu sabia que sobreviveria, após vários estudos de laboratório, mas quando voltou com vida, eu me senti aliviado”, disse o principal autor do estudo, Akihiko Yamagishi, professor emérito da Universidade de Farmácia e Ciências da Vida de Tóquio.

Rã brasileira de 119 milhões de anos

Cientistas brasileiros e argentinos localizaram os restos fósseis de uma espécie de rã de 119 milhões de anos encontrados no Ceará. Com cinco centímetros de comprimento, o espécime recebeu o nome de Kukurubatrachus gondwanicus. “O corpo da Kukurubatrachus está praticamente inteiro e, inclusive, seu conteúdo estomacal foi preservado. Segundo se estima, esse animal alimentava-se de insetos e de outros pequenos animais”, disse Federico Agnolin, cientista do Museu Argentino de Ciências Naturais (MACN). Os especialistas estudaram o esqueleto e tecidos moles da nova espécie de rã do Cretáceo, descoberta a oito quilômetros de Nova Olinda, no Ceará. Na região, há 120 milhões de anos, começava a se formar a costa do proto-oceano Atlântico, que acabaria separando a América do Sul da África. “A forma das patas e do quadril indica que a rã era de uma espécie saltadora, como as atuais, e o que mais nos chamou a atenção é que seu esqueleto é surpreendentemente moderno, muito parecido em todos os seus aspectos aos espécimes que vivem na mesma região do Brasil na atualidade”, disse Agnolin.

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