Um dia após o laboratório AstraZeneca anunciar a suspensão dos estudo clínicos de fase 3 da vacina produzida junto com a Universidade de Oxford, o Ministério da Saúde declarou que o contrato entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório, feito para balizar a encomenda de doses do imunizante e também a transferência de tecnologia do imunizante, não sofrerá qualquer alteração. A afirmação foi feita pelo secretário-executivo da Saúde, Élcio Franco, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (9/9)
"O contrato da Fiocruz e da Astrazeneca não sofrerá qualquer alteração. Além do memorando de entendimento, o acordo da encomenda tecnológica já foi assinado eletronicamente entre a Astrazeneca e pelo Brasil a Fundação Oswaldo Cruz", afirmou Franco antes do início da apresentação feita por outros secretários da pasta.
Em agosto, o presidente da República Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória para viabilizar recursos e garantir a parceria brasileira com a candidata da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca. No acordo está previsto a aquisição de 30 mil doses prontas ainda em 2020 e o repasse da tecnologia para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) consiga produzir a vacina nacionalmente. Quase R$ 2 bilhões foram destinados para a parceria.
O secretário-executivo afirmou que o risco de uma compra adiantada é inerente a conjuntura para qualquer país. "Vários países estão investindo na promessa de uma vacina segura de forma adiantada sob pena de não ter acesso a imunização quando essa for comprovada. É um risco medido e necessário sobre o aspecto clínico e tecnológico", completou.
Na fala inicial, Élcio ainda declarou que a pasta considera a suspensão dos testes natural e disse que ainda é "muito cedo para para fazer qualquer afirmação sobre falhas".
"Consideramos um procedimento padrão no processo de testagem. A segurança da população brasileira é a prioridade do governo federal e do Ministério da Saúde. Não buscamos apenas uma vacina contra a covid-19, buscamos e estamos investindo uma vacina segura e eficaz, em qualidade e quantidade necessária para imunizar os brasileiros", reforçou o secretário.
A suspensão dos testes, no entanto, deve gerar um atraso no cronograma de vacinação, mas, segundo Franco, ainda não é possível avaliar o impacto. "É preciso aguardar e avaliar", disse.
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