Covid-19

Vacina de Oxford contra coronavírus tem eficacia entre 70% a 90%, diz AstraZeneca

O laboratório AstraZeneca informou que o custo final pode ser mais barato do que a de seus concorrentes, além de mais fácil armazenamento e transporte

Agência France-Presse
postado em 23/11/2020 08:25 / atualizado em 23/11/2020 08:34
 (crédito: JUSTIN TALLIS / AFP)
(crédito: JUSTIN TALLIS / AFP)

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford tem eficácia média de 70%, informou nesta segunda-feira o grupo farmacêutico em um comunicado.

Em alguns casos, a eficácia é de até 90%, o que a deixa no mesmo nível das vacinas desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech e Moderna, afirma nota.

Os resultados intermediários foram obtidos após os testes clínicos em larga escala realizados no Reino Unido e Brasil, segundo o laboratório.

"A eficácia e segurança desta vacina confirmam que será muito efetiva contra a covid-19 e que terá um impacto imediato nesta emergência de saúde pública", afirmou o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot.

A eficácia alcançou 90% em um primeiro grupo de pessoas que recebeu meia dose e depois uma dose completa um mês depois. A eficácia caiu a 62% em outro grupo que recebeu duas doses no total com um mês de intervalo.

O grupo farmacêutico não revelou detalhes para explicar a diferença.

Com a média de 70%, a vacina é menos efetiva que as da Pfizer/BioNTech e da Moderna, que afirmaram superar 90%.

Mas a vacina da AstraZeneca tem a vantagem de utilizar uma tecnologia mais tradicional que a dos concorrentes, o que a torna menos cara e mais fácil de armazenar e transportar, pois não precisa ser conservada a uma temperatura muito baixa.

Grupo espera aprovação

A AstraZeneca afirma no comunicado que sua vacina é "altamente eficaz" para prevenir a doença e destaca que durante os testes nenhum voluntário desenvolveu formas graves do novo coronavírus, nem precisou de hospitalização.

"Felicito nossos brilhantes cientistas e todos os voluntários nos testes", afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ao celebrar o que chamou de "resultados fantásticos".

Johnson, no entanto, recordou que "ainda são necessárias mais comprovações de segurança" antes da distribuição da vacina.

O Reino Unido, que apostou muito no projeto, tem 100 milhões de doses reservadas.

Os resultados preliminares incluíram testes em mais de 2.000 pessoas e 131 contraíram a doença.

Os testes clínicos em grande escala de fase 3 envolvem 60.000 pessoas no mundo e acontecem nos Estados Unidos, Japão, Rússia, África do Sul, Quênia e América Latina.

O laboratório britânico anunciou que apresentará os resultados rapidamente às autoridades para obter uma primeira aprovação.

A eficácia das vacinas, desenvolvidas em tempo recorde, desperta grandes esperanças em todo o mundo, pois vários países enfrentam uma segunda onda de covid-19.

E as restrições e novos confinamentos em vigor estão pesando muito nas economias, com uma explosão do desemprego e falências de empresas.

Caso recebam rapidamente a autorização de suas respectivas agências de segurança de medicamentos, as primeiras vacinas contra a covid-19 poderiam começar a ser distribuídas em dezembro na União Europeia e Estados Unidos.

"Graças a sua simples cadeia de abastecimento, a vacina de Oxford/AstraZeneca será acessível e estará disponível em todo o mundo", afirmou Soriot.

"Estes resultados mostram que temos uma vacina eficaz que salvará muitas vidas", afirmou o professor Andrew Pollard da Universidade de Oxford.

O laboratório britânico afirma que está avançando rapidamente na produção prevista de três bilhões de doses, que estarão disponíveis em 2021.

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