Pandemia

Pets ajudam a aliviar o isolamento

Correio Braziliense
postado em 01/12/2020 22:11 / atualizado em 01/12/2020 22:16
 (crédito: Tiziana Fabi/AFP - 18/10/20 )
(crédito: Tiziana Fabi/AFP - 18/10/20 )

Com as restrições impostas pela pandemia, a falta de contato físico humano tem sido um problema para grande parte das pessoas, que acabam mais vulneráveis a sentimentos como tristeza e solidão. Cientistas australianos descobriram que os danos gerados pela ausência de toque podem ser abrandados pela convivência com animais de estimação. Os dados foram apresentados na última edição da revista especializada Journal of Behavioral Economics for Policy.

Janette Young, pesquisadora da University of South Australia, e sua equipe entrevistaram 32 pessoas e constataram que mais de 90% contaram que o contato com os pets confortava e relaxava, e que os animais também pareciam precisar dos afagos. Além de cães e gatos, os participantes mencionaram pássaros, ovelhas, cavalos e até répteis que retribuem o toque.

Os entrevistados também relataram a capacidade inata dos animais de “saber” quando seus tutores não estavam se sentindo bem e de querer ficar fisicamente perto deles. “O feedback que recebemos foi que os próprios animais de estimação parecem ter tanto prazer com a interação tátil quanto os humanos”, ressaltou a líder do estudo. “O toque é um sentido pouco estudado, mas as evidências indicam que é crucial para o crescimento, o desenvolvimento e a saúde, além de reduzir os níveis do hormônio do estresse, o cortisol, no corpo. Também acredita-se que ele pode ser particularmente importante para pessoas mais velhas, já que outros sentidos declinam”, completou Janette Young.

Asilos

No artigo, a equipe também destacou que estimativas mostram que mais da metade da população global compartilha a vida com um ou mais animais de estimação, um número que deve aumentar depois da pandemia, aposta Janette Young. “Na era da covid-19, de distanciamento social, bloqueios repentinos e convulsão social, os animais de estimação podem ser os únicos seres vivos nos quais muitas pessoas são capazes de tocar e obter conforto”, justificou.

A pesquisadora defende que hospitais e centros de cuidados para idosos encorajem as conexões dos pets e as pessoas atendidas. “Se houvesse mais animais de estimação morando com idosos quando as restrições da covid-19 foram aplicadas, isso poderia ter ajudado imensamente as pessoas”, opinou.

 

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