Coronavírus

Missão da OMS viaja à China sem autorizações

Correio Braziliense
postado em 05/01/2021 21:03
 (crédito: Fabrice Coffrini/AFP - 11/3/20 )
(crédito: Fabrice Coffrini/AFP - 11/3/20 )

A equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregada de investigar a origem da pandemia na China deparou-se com dificuldades antes mesmo de desembarcar no país. Segundo o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, integrantes do grupo viajaram sem todas as autorizações por parte de Pequim e tiveram que interromper o deslocamento. “Hoje (ontem), nos informaram que as autoridades chinesas não terminaram as autorizações necessárias para a chegada da equipe na China. Estou muito decepcionado com essa notícia, porque dois membros já iniciaram a viagem”, afirma.

Tedros disse ter entrado em contato “com altos funcionários chineses” para tentar resolver o problema. “Disse, claramente, mais uma vez, que a missão era uma prioridade para a OMS e a equipe internacional”, acrescentou, afirmando que está “impaciente para iniciar a missão o mais rápido possível”. A agência espera que se trate apenas de “um problema logístico e burocrático”, e que ele possa ser resolvido rapidamente. Enquanto isso, um dos especialistas voltou da viagem e outro está aguardando em um terceiro país.

Ao todo, 10 cientistas, escolhidos após um longo processo de seleção, irão à China para analisar as origens do novo coronavírus e saber como ele foi transmitido aos humanos. A missão, porém, tornou-se muito delicada para o governo chinês, que não quer assumir responsabilidade sobre a pandemia. Embora Pequim tenha conseguido praticamente erradicar a doença em seu território, não evitou as acusações de ter propagado o vírus, encabeçadas pelo presidente estadunidense, Donald Trump. Há também a especulação de que o Sars-CoV-2 “escapou” de um laboratório de virologia de Wuhan, cidade em que surgiram os primeiros casos de infecção, há pouco mais de um ano.

Os planos são de que a equipe de especialistas tenha de três a quatro semanas de trabalho no país. Para especialistas, a resistência de Pequim em aceitar uma investigação independente sinaliza que o trabalho não será simples. “Os primeiros vestígios da infecção serão difíceis de encontrar. Não sou otimista. Eles viajarão depois da batalha”, diz Gregory Gray, especialista em doenças infecciosas da Universidade Duke, nos Estados Unidos. “Será incrivelmente difícil encontrar a origem do vírus”, afirma Ilona Kickbusch, do Instituto de Altos Estudos Internacionais e Desenvolvimento de Genebra.

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