Há 150 milhões de anos

Esqueleto raro de tubarão gigante

Correio Braziliense
postado em 14/01/2021 21:04
 (crédito: Universidade de Viena/Divulgação)
(crédito: Universidade de Viena/Divulgação)

Há 150 milhões de anos

Esqueleto raro de tubarão gigante

Uma equipe de pesquisa internacional liderada por Sebastian Stumpf, da Universidade de Viena, descreveu um esqueleto excepcionalmente bem preservado do antigo tubarão Asteracanthus. Essa descoberta fóssil extremamente rara vem dos famosos calcários de Solnhofen, na Baviera, que se formaram em uma paisagem de lagoa durante o Jurássico Superior, cerca de 150 milhões de anos atrás. O esqueleto quase completo mostra que o Asteracanthus media 2,5m, o que torna esse tubarão ancestral um dos maiores de sua época. O estudo foi publicado na revista Papers in Palaeontology.

Os peixes cartilaginosos, que incluem tubarões e arraias, são um dos grupos de vertebrados mais bem-sucedidos ainda vivos. Devido à substituição de dentes ao longo de toda a vida, os de peixes cartilaginosos estão entre os fósseis mais comuns encontrados em vertebrados. No entanto, o baixo potencial de preservação de seus esqueletos cartilaginosos impede a fossilização de espécimes completamente preservados.

Os calcários Solnhofen na Baviera, Alemanha, que foram formados durante o Jurássico Superior são uma ocorrência rara. Eles são mundialmente conhecidos por terem produzido esqueletos do pequeno dinossauro emplumado Archaeopteryx e vários fósseis de tubarões e arraias, recuperados durante escavações nos últimos 150 anos.

Os tubarões hipodontiformes, que são os parentes mais próximos dos tubarões e raias modernos, apareceram pela primeira vez durante o Devoniano mais recente, cerca de 361 milhões de anos atrás, e foram extintos com os dinossauros no final do Cretáceo, cerca de 66 milhões de anos atrás. Eles tinham duas nadadeiras dorsais, cada uma suportada por uma espinha de nadadeira proeminente.

150 dentes

O tamanho do corpo dos tubarões hipodontiformes variava de alguns centímetros a aproximadamente 3m de comprimento, o que, consequentemente, torna o Asteracanthus um dos maiores representantes de seu grupo e de sua época. Em contraste, os tubarões e arraias modernos, que já eram diversos durante o Jurássico, só atingiram o tamanho do corpo de até 2m, em casos muito raros.

O Asteracanthus foi cientificamente descrito há mais de 180 anos pelo naturalista suíço-americano Louis Agassiz com base em espinhos de barbatana dorsal fósseis isolados. No entanto, restos de esqueletos articulados nunca foram encontrados — até agora. A dentição do esqueleto é excepcionalmente bem preservada e contém mais de 150 dentes, cada um com uma cúspide central bem desenvolvida que é acompanhada, em ambos os lados, por várias cúspides menores.

“Esse tipo especializado de dentição sugere que o Asteracanthus era um predador ativo, alimentando-se de uma grande variedade de presas. Ele certamente não era apenas um dos maiores peixes cartilaginosos de sua época, mas também um dos mais impressionantes.” diz Sebastian Stumpf.

 

 

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