A vacina desenvolvida pelo laboratório norte-americano Moderna para combater a covid-19 protege contra as novas variantes do novo coronavírus identificadas no Reino Unido e na África do Sul. A informação foi divulgada, ontem, pelo grupo que desenvolveu o imunizante, após a realização de estudos laboratoriais. Não houve referência à variante dectectada no Amazonas. Os pesquisadores também informaram que pretendem aprimorar o fármaco constantemente, com o objetivo de aumentar a proteção contra novas cepas.
No estudo de eficácia da vacina, chamada mRNA-1273, a Moderna coletou amostras de sangue de oito pessoas e de dois primatas que receberam o imunizante. No caso da variante B.1.1.7, observada pela primeira vez no Reino Unido, não houve impacto no nível de anticorpos neutralizantes (produzidos pelo fármaco), que são os responsáveis por gerar a proteção ao vírus.
Já nas análises feitas com a cepa sul-africana, a B.1.351, o nível de células imunes protetoras foi reduzido para apenas um sexto do esperado. Ainda assim, essa quantidade é suficiente para gerar proteção ao patógeno, informaram os responsáveis pelo experimento.
O próximo passo dos pesquisadores é adaptar a fórmula imunizante, de maneira que ela tenha uma resposta ainda mais alta para a variante sul-africana. “Como uma medida de precaução, e aproveitando a flexibilidade da nossa plataforma de RNAm (RNA mensageiro), estamos avançando em laboratório em uma espécie de dose de reforço, para ser usada contra a variante identificada pela primeira vez na África do Sul”, informou Stephane Bancel, CEO da Moderna, em um comunicado à imprensa.
A empresa ressaltou que se manterá alerta às novas cepas, para manter a eficácia da vacina mRNA-1273. “Acreditamos que é fundamental permanecermos pró-ativos à medida que o vírus evolui”, complementou Bancel. O Reino Unido detectou nove casos da variante brasileira, responsável pela metade das novas infecções na capital amazonense, também encontrada por médicos japoneses em pacientes que estiveram por lá.
O laboratório da Moderna enviou o estudo para ser analisado por especialistas da área. O objetivo é publicá-lo em uma revista científica. Akiko Iwasaki, virologista da Universidade de Yale, nos Estados U nidos, declarou, em sua conta no Twitter, que o anúncio é “uma boa notícia”. A especialista também frisou que espera a mesma iniciativa por parte dos outros laboratórios, já que serão necessários imunizantes “atualizados”, com eficácia equivalente para as novas cepas do novo coronavírus.
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