Cientistas britânicos anunciaram nesta sexta-feira (12) que conseguiram detectar o câncer de útero com um simples exame de urina, muito menos doloroso e invasivo que os testes existentes na atualidade.
Atualmente, os médicos diagnosticam o câncer fazendo uma biópsia, ou seja, com uma mostra de células obtidas com um corte no útero, o que às vezes também exige a inserção de um histeroscópio.
Trata-se de um exame doloroso, que 31% das pacientes precisam repetir devido a problemas técnicos ou por uma dor intolerável que dificulta o exame.
Mas uma equipe de cientistas da Universidade de Manchester desenvolveu uma nova ferramenta de detecção, baseada na coleta de urina ou secreções vaginais, que as mulheres podem fazer em casa.
De acordo com o estudo, publicado na revista Nature Communications, o novo sistema diagnosticou de maneira correta 91,7% das mulheres que realmente tinham câncer de endométrio, ou câncer do corpo do útero, que é diferente do câncer cervical, detectado com uma citologia simples.
No caso das mulheres sem câncer de endométrio, o exame teve eficácia de 88,9% para o diagnóstico negativo.
"Nossos resultados demonstram que células cancerosas do útero podem ser detectadas em mostras de urina e vagina utilizando um microscópio", explica a professora Emma Crosbie, diretora do estudo, citada em um comunicado.
Este método poderia ser utilizado "detectar as pessoas suspeitas de sofrer de câncer de útero" e para que sejam examinadas em profundidade se o teste for positivo.
"Aquelas com resultado negativo estarão tranquilas, sem a necessidade de passar por procedimentos desagradáveis, invasivos, que provoquem ansiedade são caros", afirmou.
O estudo "promissor", com a participação até o momento de 216 mulheres, 103 delas com suspeita ou que sabiam que tinham câncer de útero, terá que ser "confirmado por uma pesquisa mais ampla", destacou a especialista em oncologia ginecológica.
O câncer de endométrio é o sexto câncer mais comum entre as mulheres, com 382.000 novos diagnósticos e 89.900 mortes provocadas pela doença em todo o mundo em 2018.
A maioria das mulheres são tratadas a tempo após a detecção dos primeiros sintomas - incluindo hemorragias após a menopausa -, mas 20% das que são diagnosticadas em uma fase avançada da doença têm apenas 15% de possibilidades de viver mais de cinco anos.
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