SAÚDE

Vacina de Oxford: estudo mostra risco "ligeiramente maior" de coágulos

Os pesquisadores compararam as taxas nacionais de coágulos sanguíneos e condições relacionadas após a vacinação usando o imunizante com as da população geral dos dois países

Paloma Oliveto
postado em 07/05/2021 06:00
Pesquisa é resultado da análise de dados de 280 mil vacinados -  (crédito: Marco Bertorello/AFP - 30/4/21)
Pesquisa é resultado da análise de dados de 280 mil vacinados - (crédito: Marco Bertorello/AFP - 30/4/21)

Um estudo da Dinamarca e da Noruega publicado na revista The British Medical Journal lança mais luz sobre o risco de coágulos sanguíneos raros em adultos que receberam a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca. Os resultados mostram taxas ligeiramente aumentadas de casos de trombos, incluindo coágulos nas veias do cérebro, em comparação com as taxas esperadas na população em geral. No entanto, os pesquisadores destacam que o risco desses eventos adversos é considerado baixo.

Os pesquisadores compararam as taxas nacionais de coágulos sanguíneos e condições relacionadas após a vacinação usando o imunizante com as da população geral dos dois países. As descobertas são baseadas em 280 mil pessoas com idade entre 18 e 65 anos que receberam a primeira dose na Dinamarca e na Noruega em fevereiro e março.

Na análise principal, os pesquisadores encontraram 59 coágulos sanguíneos venosos, em comparação com os 30 esperados, correspondendo a 11 eventos em excesso por 100 mil vacinações. Isso incluiu uma taxa maior do que a estimada de coágulos sanguíneos nas veias do cérebro, conhecida como trombose venosa cerebral (2,5 eventos por 100 mil vacinações). No entanto, eles não detectaram nenhum aumento na taxa de coágulos arteriais, como ataques cardíacos ou derrames.

Benefícios

Para a maioria dos desfechos restantes, os resultados foram bastante tranquilizadores, com taxas ligeiramente mais altas de eventos menos graves, como trombocitopenia (uma condição relacionada a níveis baixos de plaquetas no sangue), distúrbios de coagulação e sangramento. Segundo os autores, “os riscos absolutos de eventos tromboembólicos venosos descritos nesse estudo são pequenos, e os resultados devem ser interpretados no contexto dos benefícios da vacinação de covid-19 em nível social e individual.”

Em um editorial vinculado, os editores do BMJ Rafael Perera e John Fletcher apontam que a covid-19 está associada à trombose venosa cerebral e afirmam que a vacinação continua sendo a opção mais segura. “A escolha que quase todos enfrentamos é entre a eventual infecção por Sars-CoV-2 ou a vacinação. A vacina AstraZeneca é claramente uma boa escolha, apesar dos prováveis riscos relatados nesse estudo”, escrevem.

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