Reações leves

Covid-19: estudo aponta maior frequência de efeitos adversos ao combinar vacinas

No artigo sobre a pesquisa, divulgado na última edição da revista especializada The Lancet, os autores explicam que, quando aplicada em um intervalo de quatro semanas, a mistura dos imunizantes induziu reações como dor de cabeça e febre com mais frequência do que em regimes não mistos

Correio Braziliense
postado em 13/05/2021 06:00
Teste mistura aplicação de uma dose da fórmula da AstraZeneca com outra da Pfizer -  (crédito: Thomas Samson/AFP)
Teste mistura aplicação de uma dose da fórmula da AstraZeneca com outra da Pfizer - (crédito: Thomas Samson/AFP)

Em um estudo experimental, pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, avaliaram o uso de uma primeira dose da vacina desenvolvida pela instituição em parceria com a empresa AstraZeneca com uma segunda dose do imunizante da Pfizer. Eles constataram um aumento nos efeitos adversos leves gerados após a aplicação. A reação, segundo os especialistas, não interferiu na segurança dos fármacos.

No artigo sobre a pesquisa, divulgado na última edição da revista especializada The Lancet, os autores explicam que, quando aplicada em um intervalo de quatro semanas, a mistura dos imunizantes induziu reações como dor de cabeça e febre com mais frequência do que em regimes não mistos. Apesar de a eficácia não ter sido comprometida, a equipe enfatiza a importância de comunicar os resultados.

“Embora essa seja uma parte secundária do que estamos tentando explorar por meio desses estudos, é importante que informemos as pessoas sobre esses dados, especialmente porque esses esquemas de doses mistas estão sendo considerados em vários países”, enfatiza, em comunicado, Matthew Snape, professor de pediatria e vacinologia da universidade britânica.

O também autor principal do estudo sinaliza os efeitos práticos de uma possível combinação dos fármacos. “Os resultados desse estudo sugerem que esquemas de dosagem mistos podem resultar em um aumento nas faltas ao trabalho no dia seguinte à imunização, e isso é importante considerar ao planejar a imunização dos profissionais de saúde”, afirma. A previsão da equipe é de que dados sobre a eficácia do uso em conjunto das vacinas sejam divulgados em breve.

Nova cepa

Também ontem, especialistas da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) informaram que as vacinas feitas com base na tecnologia de RNA mensageiro — da Pfizer/BioNtech e da Moderna — parecem ser eficazes contra a nova variante do coronavírus identificada primeiro na Índia. Na avaliação dos integrantes do órgão regulador europeu, os dados relacionados à eficácia dos imunizantes em relação à cepa B.1.617 são “encorajadores”.

A informação foi divulgada por Marco Cavaleri, chefe da estratégia de vacinação da EMA, em uma coletiva de imprensa. No evento, Cavaleri também mostrou-se otimista quanto à capacidade de fórmulas desenvolvidas com base em um adenovírus, como o imunizante da AstraZeneca/Oxford, proteger contra essa variante do Sars-CoV-2.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação