O maior iceberg do mundo se desprendeu de uma plataforma de gelo na Antártica nesta quarta-feira (19/5). A descoberta foi anunciada pela Agência Espacial Europeia, que monitora a região via satélite. Segundo informações passadas à revista New Scientist, o bloco de gelo tem uma extensão de 4.320 km² e deve demorar cerca de um ano para derreter. Por ora, ele flutua no Mar de Weddell, no Oceano Antártico.
Batizado de A-76, o iceberg tem uma área pouco menor que a do Distrito Federal, cuja extensão é de 5.760 km², só 1.440 km² de diferença. Para se ter uma ideia, no acidente do Titanic, a placa de gelo apontada como pivô tinha uma área de 120m por 30m, ou seja, 3,6 km². E, embora o aquecimento global seja o fenômeno mais apontado como causa para o derretimento de geleiras, parece que não é ele o vilão desta vez.
"Não é uma área que esteja passando por qualquer mudança significativa por causa do aquecimento global. A mensagem principal é que faz parte de um ciclo natural", disse o glaciologista Alex Brisbourne, da organização British Antarctic Survey. Segundo ele, a região foi poupada dos fluxos de água quente que afetam a Antártica e ameaçam desprender outras geleiras do continente gelado, como a Thwaites.
Baixo risco
Outra notícia boa é que o derretimento do A-76 não deve contribuir para o aumento do nível do mar — problema que também preocupa cientistas do mundo inteiro. Isso porque a plataforma de gelo Filchner-Ronne, à qual ele estava ligado, flutuava no oceano há algum tempo. Assim, seu volume já estava fazia parte do atual nível de água nos oceanos.
E, apesar de ser o maior iceberg do mundo no momento, este não é nem um dos 10 maiores já registrados na história. Na própria Filchner-Ronne houve alguns desprendimentos mais impactantes — como em 1986, quando ela perdeu um pedaço de 11 mil km². Mas o A-76 não chega a ser inofensivo. Dependendo da rota que ele fizer em alto mar, pode devastar a vida submarina de alguma ilha desavisada.
"(O iceberg) é grande o suficiente para influenciar o oceano e a salinidade do oceano", explicou Brisbourne à New Scientist. Segundo o pesquisador, isso afetaria a vida marinha e poderia prejudicar todo um ecossistema, se o derretimento ocorresse próximo a alguma costa, por exemplo. Por enquanto, tudo o que as agências e cientistas podem fazer é observar os rumos do gigante.
Saiba Mais
- Ciência e Saúde Por que é provável que tenhamos 'contaminado' Marte com vida
- Ciência e Saúde Trabalhar 'demais' mata 745 mil pessoas por ano no mundo, revela estudo
- Ciência e Saúde Covid-19: por que a variante do coronavírus descoberta na Índia preocupa o Brasil e o mundo?
- Ciência e Saúde Covid-19: vacina feita a partir do tabaco apresenta resultados positivos
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.