Pandemia

Covid-19: letras gregas vão identificar as novas variantes

Em nota, a OMS explica que os nomes científicos continuam a existir, pois são referências, por exemplo, para os cientistas. Mas os termos não serão usados nas comunicações diárias

Correio Braziliense
postado em 01/06/2021 06:00
 (crédito: Marcio James/AFP)
(crédito: Marcio James/AFP)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu que adotará letras gregas para identificar as variantes do Sars-CoV-2. A intenção, segundo a agência das Nações Unidas, é ter nomes “fáceis de pronunciar e lembrar” e também evitar que o público em geral, governos e a imprensa usem nomes que “estigmatizem e discriminem” locais em que as variações foram primeiramente identificadas.

Nos Estados Unidos, por exemplo, os ataques contra pessoas de origem asiática aumentaram durante a pandemia, e Donald Trump, que foi presidente durante o primeiro ano da crise sanitária, fez todo o possível para responsabilizar a China, onde a covid-19 foi detectada pela primeira vez, pela disseminação do vírus. Trump usava expressões como vírus chinês e kung flu (trocadilho com a arte marcial kung fu e flu, que significa gripe).

Em nota, a OMS explica que os nomes científicos continuam a existir, pois são referências, por exemplo, para os cientistas. Mas os termos não serão usados nas comunicações diárias. Dessa forma, a variante B.1.1.7, previamente identificada no Reino Unido, será chamada de Alpha. A cepa B.1.351, identificada, pela primeira vez, na África do Sul, tornou-se Beta. E a variante P.1, detectada no Brasil, Gamma. A OMS também escolheu dois nomes para as subvariantes de B.1.617, identificadas inicialmente na Índia: a B.1.617.2 é a Delta e a B.1.617.1, a Kappa.

Fortalecimento

Também ontem, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, elogiou a “histórica” decisão dos Estados-membros de fortalecer a agência, tomada no último dia da 74ª Assembleia Mundial da Saúde. O grupo acordou ainda o adiamento, para novembro, das discussões sobre a necessidade de um tratado ou de uma convenção sobre pandemias, instrumento exigido pela agência e por países como França e Alemanha.

Durante as reuniões remotas, os participantes tiveram acesso a relatórios feitos por especialistas independentes. Esses documentos revelam, por exemplo, as falhas da OMS e dos países ante a covid-19 e solicitaram reformas profundas nos sistemas de alerta e prevenção. O texto ressalta que a preparação e a resposta diante das crises de saúde são, “principalmente, de responsabilidade dos governos, que desempenham um papel fundamental nesse sentido”.

A resolução enfatiza o “papel de liderança crucial” que a OMS tem no sistema das Nações Unidas diante das crises, destacando que as expectativas da comunidade internacional “superam, em geral, as capacidades atuais” da agência. Segundo Tedros, os relatórios “são unânimes em afirmar que o mundo precisa de uma OMS mais forte no centro da arquitetura global da saúde”.

 

 

 

 

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