IMUNIZAÇÃO

OMS avalia que vírus circula mais rápido que avanço da vacinação

O compartilhamento de fármacos protetivos é um dos eixos do plano traçado pelo G7. O documento final da cúpula inclui uma série de compromissos para evitar uma nova pandemia

Correio Braziliense
postado em 15/06/2021 06:00 / atualizado em 15/06/2021 07:31
 (crédito: Mamyrael/AFP)
(crédito: Mamyrael/AFP)

Preocupada com uma vacinação que caminha a passos lentos na maioria dos países e com a circulação acelerada do Sars-CoV-2, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos líderes globais mais solidariedade para erradicar a pandemia. A solicitação foi feita ontem, um dia depois do fim da cúpula do G7, no Reino Unido, que terminou com o compromisso de doação, até o fim de 2022, de ao menos 1 bilhão de doses de vacinas para as nações mais pobres. Segundo a agência das Nações Unidas, porém, são necessários mais recursos financeiros para resolver a atual crise sanitária.

“Precisamos de mais, e mais rápido. Mais de 10 mil pessoas morrem todos os dias. Essas comunidades precisam de vacinas, e precisam delas agora, não no ano que vem (….) Neste momento, o vírus está se movendo mais rápido do que a distribuição global de vacinas”, justificou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva. A agência deseja que pelo menos 70% da população mundial seja vacinada até a próxima reunião do G7 na Alemanha, no próximo ano. “Para conseguir isso, precisamos de 11 bilhões de doses”, alertou Ghebreyesus.

Em fevereiro, o grupo de líderes mundiais havia informado que 870 milhões de doses de imunizantes contra a covid-19 seriam fornecidas ao Covax, iniciativa liderada pela OMS para ampliar a distribuição de vacinas. As doses anunciadas no domingo vão se somar à promessa inicial. Até o momento, o Covax distribuiu mais de 85 milhões de doses para 131 países e territórios, muito menos do que o esperado.

Investimento

O compartilhamento de fármacos protetivos é um dos eixos do plano traçado pelo G7. O documento final da cúpula inclui uma série de compromissos para evitar uma nova pandemia, como a redução do tempo de desenvolvimento de vacinas, tratamentos e diagnósticos, o fortalecimento da vigilância sanitária e a implementação da reforma da OMS, para que a instituição se torne mais poderosa.

No caso da crise atual, avisou a ONU, é crucial também o investimento financeiro. A agência estima que mais de US$ 16 bilhões são necessários, só neste ano, para acelerar o acesso às ferramentas de combate à covid-19 e apoiar a distribuição de tratamentos, oxigênio, testes e equipamento de proteção — ações conduzidas com instituições parceiras, como Ongs. “Dezesseis bilhões (de dólares) representam menos de 1% do gasto anual com defesa militar no mundo. Certamente podemos gastar 1% desse valor para salvar vidas e acabar com esta pandemia”, afirmou o diretor do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan.

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