Astronomia

Pequim celebra chegada de três astronautas à estação espacial chinesa

Em um contexto de grande tensão com o Ocidente, o resultado da missão é uma questão de prestígio para Pequim

Correio Braziliense
postado em 18/06/2021 06:00 / atualizado em 18/06/2021 07:36
 (crédito: Greg Baker/AFP)
(crédito: Greg Baker/AFP)

Firmemente decidido a ocupar seu lugar no espaço, Pequim comemorou, ontem, a chegada dos primeiros tripulantes à nova estação espacial chinesa, Tiangong (Palácio Celestial), como parte da mais extensa missão do país, em um momento de grande rivalidade tecnológica com os Estados Unidos. Essa é a primeira missão espacial tripulada chinesa em cinco anos, e seus integrantes permanecerão em órbita por três meses.

Em um contexto de grande tensão com o Ocidente, o resultado da missão é uma questão de prestígio para Pequim, que se prepara para celebrar o centenário do Partido Comunista Chinês (PCC) em 1º de julho. O foguete Longa Marcha-2F decolou com os três tripulantes às 9h22 de quarta-feira (22h22 no horário de Brasília), do centro de lançamento de Jiuquan, no deserto de Gobi, no noroeste da China.

O canal de televisão estatal CCTV exibiu, ao vivo, as imagens do interior da nave, onde os três astronautas levantaram as viseiras dos capacetes para mostrar seus rostos sorridentes. “Os painéis solares foram acionados com êxito, e podemos declarar que o lançamento foi um sucesso”, comemorou o diretor do centro de lançamento de Jiquan, Zhang Zhifen. Durante a noite, o canal estatal exibiu a entrada dos tripulantes no primeiro módulo em órbita da estação Palácio Celestial.

O comandante da missão é Nie Haisheng, um condecorado piloto do Exército de Libertação Popular que já participou de duas missões espaciais. Seus dois companheiros também são militares. O trio fez mais de 6 mil horas de treinamento para se acostumar com a ausência de gravidade. “Lutamos a cada minuto para realizar nosso sonho espacial”, declarou Liu Boming, outro membro da tripulação. 

Mais lançamentos 

Uma vez concluída, a estação terá dimensões parecidas com a antiga instalação soviética Mir (1986-2001), com uma vida útil de pelo menos 10 anos, segundo a agência espacial chinesa. A missão Shenzhou-12 é o terceiro dos 11 lançamentos que serão necessários para a construção da estação, entre 2021 e 2022. Quatro dessas missões serão tripuladas.

Além do módulo Tianhe, que já está em órbita, os outros dois restantes — que funcionarão como laboratórios de biotecnologia, medicina e astronomia — serão enviados ao espaço no próximo ano. No Tianhe, os tripulantes se dedicarão a trabalhos de manutenção, instalações, caminhadas ao espaço, preparação de futuras missões e de próximas estadias. O módulo tem um espaço para cada um deles, equipamentos para exercícios e um centro de comunicação com o controle terrestre.

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