Tubo de ensaio / Fatos científicos da semana

Correio Braziliense
postado em 02/07/2021 21:38
 (crédito: Rodrigo Buendia/AFP - 15/4/21)
(crédito: Rodrigo Buendia/AFP - 15/4/21)


Segunda-feira, 28
Humanos atrapalham tratamento de tartarugas
A presença de humanos no arquipélago de Galápagos, no Pacífico do Equador, tem atrapalhado tratamentos das tartarugas gigantes. Pelo menos oito antibióticos são menos eficazes em razão disso, destacou a Fundação Charles Darwin (FCD), que trabalha pela conservação das ilhas. Uma investigação demonstrou que os quelônios que compartilham seu habitat com as pessoas seja em áreas agrícolas, urbanas e turísticas apresentam um maior número de bactérias resistentes a antibióticos de uso humano e veterinário. “As tartarugas que vivem em áreas remotas e sem interação com seres humanos, como o vulcão Alcedo, na Ilha Isabela, têm menos resistência”, assinalou a fundação, em nota. O trabalho foi desenvolvido por cientistas de várias instituições, como universidades da Espanha, o Zoológico de Saint Louis e o Parque Nacional de Galápagos. Os especialistas chegaram às conclusões após a análise de amostras fecais de 270 tartarugas gigantes de Alcedo e da Ilha de Santa Cruz, a mais povoada do arquipélago.

 

Terça-feira, 29
Antes de asteroide, dinos enfrentaram onda de frio
Estudo realizado por um consórcio internacional de cientistas mostrou que, muito antes da queda do asteroide que encerrou seu reinado, há 65 milhões de anos, os dinossauros estavam em declínio, vítimas do esfriamento do clima do planeta. A responsabilidade do corpo rochoso na extinção dos animais tem sido consenso na comunidade científica desde a descoberta da gigantesca cratera de impacto, em 1980, no México. Contudo, os paleontólogos ainda debatem se essa extinção em massa ocorreu de forma abrupta, ou se o asteroide apenas desferiu o golpe final em um grupo que já passava por dificuldades. “É um debate espinhoso”, admitiu o biólogo Fabien Condamine, autor do trabalho publicado na Nature Communications. Condamine e uma equipe franco-anglo-canadense estudaram 1,6 mil fósseis, determinando o desaparecimento de cada um deles. “À medida que a taxa de desaparecimento das espécies aumenta, as temperaturas caem”, assinalou. O grande resfriamento, que fez com que a Terra perdesse de 7 a 8 graus, coincide com o declínio dos dinossauros.

A primeira vítima de peste
Pandemias têm devastado a humanidade desde os tempos mais remotos, com a peste negra chegando a acabar com metade da população europeia no século XIV. No esforço para entender suas origens e história evolutiva, uma equipe de pesquisadores anunciou a descoberta da primeira vítima de peste conhecida: um caçador-coletor que viveu há 5 mil anos na região onde hoje fica a Letônia, cujos restos mortais carregavam a bactéria Yersinia pestis, causadora da doença. “As análises da cepa que identificamos mostram que a Y. pestis evoluiu mais cedo do que se pensava”, disse Ben Krause-Kyora, diretor do Laboratório de DNA da Universidade de Kiel, na Alemanha. Segundo artigo publicado na revista Cell Reports, a linhagem bacteriana surgiu 7 mil anos atrás, quando se separou de sua antecessora, a Yersinia pseudotuberculosis. A nova data retrocede a linha temporal anterior em 2 mil anos. O caçador-coletor era um homem de estimados 20 anos e recebeu o nome de “RV 2039”.

 

Quarta-feira, 30
Besouro de 230 milhões de anos
Em meio às fezes fossilizadas de um dinossauro, paleontólogos descobriram uma nova espécie de besouro, de cerca de 230 milhões de anos. O minúsculo inseto, cujo corpo mede aproximadamente 0,5 mm, recebeu o nome de Triamyxa coprolithica, numa referência ao período de sua origem, o Triássico. Encontrado em excelente estado de conservação, o diminuto animal foi reconstituído com tecnologia 3D. Publicado na revista Current Biology, o estudo foi encabeçado por paleontólogos de Suécia, Taiwan, Alemanha e México. De acordo com o artigo, acredita-se que os besouros foram ingeridos pelo dinossauro Silesaurus opolensis, que produziu as fezes, que viveu onde hoje é a Polônia. “Ficamos maravilhados com a abundância e a fantástica preservação dos besouros. De certa forma, devemos agradecer muito ao Silesaurus, que, provavelmente, foi o animal que nos ajudou a acumulá-los”, destacou Martin Qvarnström, pesquisador da Uppsala University (Suécia), coautor do estudo.

 

Quinta-feira, 1º/7
Viagem ao espaço com 60 anos de atraso
A Blue Origin anunciou que a pioneira da aviação Wally Funk, 82 anos, acompanhará o bilionário Jeff Bezos em 20 de julho no primeiro voo espacial tripulado da empresa. A viagem chega com 60 anos de atraso para Funk, que foi uma das Mercury 13, as primeiras mulheres treinadas pela Nasa para ir ao espaço, entre 1960 e 1961, mas que foram excluídas por razões de gênero. “Eles me disseram que eu fiz o melhor e mais rápido trabalho do que qualquer um dos homens”, disse Funk em um vídeo postado na conta de Bezos no Instagram. “Eu disse que queria ser astronauta. Mas ninguém queria me levar. Não pensei que algum dia iria”, acrescentou. “Ninguém esperou tanto tempo. Bem-vinda à tripulação, Wally”, ressaltou Bezos. Funk se tornará a pessoa mais velha a ir ao espaço. O lançamento do New Shepard está agendado para a data do 52º aniversário do pouso na Lua da missão Apollo, em 1969, por Neil Armstrong e Buzz Aldrin.

 

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  • Dominik Göldner/AFP - 29/6/21
    Dominik Göldner/AFP - 29/6/21 Foto: Dominik Göldner/AFP - 29/6/21
  • Dominik Göldner/AFP - 29/6/21
    Dominik Göldner/AFP - 29/6/21 Foto: AFP

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