Meio Ambiente

Julho de 2021 foi o mês mais quente registrado na Terra, diz agência americana

Informação foi divulgada por centro de estudos ambientais dos Estados Unidos. "Esse novo recorde contribui para o caminho perturbador das mudanças climáticas", diz especialista

Jéssica Gotlib
postado em 19/08/2021 17:22
Relatório explica que o aumento da temperatura média global está relacionado aos eventos climáticos extremos observados ao longo do ano -  (crédito: LOIC VENANCE/AFP)
Relatório explica que o aumento da temperatura média global está relacionado aos eventos climáticos extremos observados ao longo do ano - (crédito: LOIC VENANCE/AFP)

O Centro Nacional de Informações Ambientais (NCEI, sigla em inglês), da agência norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), concluiu que julho de 2021 foi o mês mais quente já registrado no planeta Terra.

Segundo o estudo, divulgado em 13 de agosto, a temperatura média do planeta subiu 0,93ºC. Essa foi a maior alta registrada na superfície terrestre e nos oceanos em 142 anos, ou seja, desde que os levantamentos começaram, em 1879. O recorde é 0,01ºC maior que o registrado anteriormente — nos anos 2016, 2019 e 2020.

“Nesse caso, estar em primeiro lugar é o pior que poderia acontecer”, disse o administrador do NOAA, Rick Spinrad, no texto de apresentação da pesquisa. Ele explicou que esse acréscimo significa uma piora importante no cenário das mudanças climáticas. “Julho é tipicamente o mês mais quente do ano em todo o mundo, mas julho de 2021 foi, não só o mês de julho mais quente do mundo, mas também o mês, em geral, com a temperatura mais alta já registrada”, detalhou.

Além disso, com o fim do fenômeno La Niña em maio deste ano, esperava-se um resfriamento geral neste período. O que torna o recorde algo ainda mais espantoso, segundo os pesquisadores. De acordo com as previsões do NCEI, é praticamente certo que o ano de 2021 fique entre os 10 anos mais quentes da história.

Fenômenos regionais extremos

No hemisfério norte a temperatura média subiu 1,54ºC, superando o pico anterior alcançado em 2012. Isso se refletiu em diversos fenômenos extremos ao redor do globo, como as enchentes na Ásia e na Europa, as queimadas no Canadá e nos Estados Unidos, entre outras catástrofes climáticas registradas.

Essas situações alarmantes já haviam sido explicadas no relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. “É inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a Terra. Ocorreram mudanças rápidas e generalizadas na atmosfera, no oceano, na criosfera e na biosfera”, destaca o texto.

Já nos trópicos, houve um aumento da atividade marítima. Na bacia do oceano Atlântico, por exemplo, a tempestade tropical Elsa foi a quinta da temporada e formou-se em 1º de julho. No Pacífico, houve três tempestades a leste e outras três a oeste. É um número acima da média mesmo para esta época do ano, elevando também a quantidade de ciclones.

Cientistas de todo o mundo observam que esses fenômenos atípicos tendem a se tornar cada vez mais comuns se não for possível diminuir o ritmo do aquecimento global. Para grande parte dos pesquisadores é difícil que o mundo consiga atingir a meta de conter o aumento da temperatura da Terra em 2ºC até o fim do século, se mantidas as práticas de manejo ambiental atuais.

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