PALEONTOLOGIA

Estudo revela segredo da mandíbula do T. rex

Correio Braziliense
postado em 23/08/2021 21:29
 (crédito: Historical Biology Journal/Reprodução)
(crédito: Historical Biology Journal/Reprodução)

O dinossauro mais conhecido da história, o Tyrannosaurus rex, carrega a fama de maior predador de sua espécie, e essa excelência na caça pode ser justificada por um detalhe entre seus dentes. Por meio de análises computadorizadas de fósseis desse animal extinto, cientistas japoneses encontraram pequenos canais vasculares nas pontas de sua mandíbula. Esses pequenos recursos podem ter facilitado a ingestão das presas do gigante carnívoro. A descoberta foi apresentada na última edição da revista especializada Historical Biology.

“O Tyrannosaurus rex era um predador ainda mais temível do que se acreditava”, ressaltou, em um comunicado, Soichiro Kawabe, pesquisador do Instituto de Pesquisa de Dinossauros da Universidade de Fukui, no Japão, e principal autor do estudo. O especialista e sua equipe chegaram a essa conclusão após reconstruírem a boca do animal com imagens computadorizadas. Para o trabalho, eles usaram como base fósseis encontrados na Formação Hell Creek, em Montana, nos Estados Unidos.

Nas análises, os investigadores observaram a presença de canais neurovasculares com ramificações complexas na mandíbula inferior do tiranossauro, que parecem ter servido como auxiliares durante a mastigação das presas. “Isso significa que o T. rex era sensível a pequenas diferenças de material e movimento, e indica a possibilidade de ele ter sido capaz de reconhecer as diferentes partes dos animais que caçava e comê-las de forma distinta dependendo da situação”, detalhou a pesquisa.

O grupo de pesquisa também comparou as imagens com reconstruções digitais de outras espécies de dinossauros, crocodilos e aves modernas, sem encontrar semelhanças. Os cientistas explicam que as descobertas mudam completamente a percepção do T. rex como um dinossauro de “pouca complexidade”. “Acreditávamos que ele colocava qualquer coisa na boca, incluindo ossos. Vemos agora que isso não é real, e que nenhum animal tem um sistema tão eficiente para mastigação”, ressaltou Kawabe.

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