Estudo

Estudo francês confirma eficácia das vacinas contra a covid-19

Essa constatação da eficácia das vacinas diz respeito aos imunizantes anticovid-19 da Pfizer/BioNtech, da Moderna e da AstraZeneca

Agência France-Presse
postado em 11/10/2021 09:48 / atualizado em 11/10/2021 09:48
 (crédito: Sweden OUT / AFP / TT NEWS AGENCY / Johan NILSSON)
(crédito: Sweden OUT / AFP / TT NEWS AGENCY / Johan NILSSON)

A vacinação contra a covid-19 reduz em 90% o risco de se desenvolver uma forma grave da doença entre aqueles com mais de 50 anos de idade e também parece eficaz contra a variante delta - de acordo com um grande estudo conduzido na França.

"As pessoas vacinadas têm 9 vezes menos probabilidade de serem hospitalizadas, ou de morrerem de covid-19, do que as pessoas não vacinadas", disse à AFP o epidemiologista Mahmoud Zureik, diretor da estrutura Epi-Phare, que associa Assurance maladie (Cnam) à Agência de Medicamentos (ANSM), responsável pela preparação do relatório.

Obtidos com base em um universo de 22 milhões de casos, estes dados confirmam as conclusões de outros estudos realizados em Israel, Reino Unido e Estados Unidos.

Mas o relatório francês é "o mais abrangente do mundo", ressalta Zureik.

Os pesquisadores compararam a situação de 11 milhões de pessoas vacinadas com mais de 50 anos de idade com outras 11 milhões de pessoas não vacinadas da mesma faixa etária, entre 27 de dezembro de 2020 (quando as vacinações começaram na França) e 20 de julho.

Duas semanas após a segunda dose, os cientistas observaram "uma diminuição de mais de 90% do risco de internação hospitalar".

Os autores do relatório também analisaram a eficácia das vacinas com relação à variante delta, que surgiu na Índia e atualmente é dominante no mundo. Para isso, usaram dados de apenas um mês, entre 20 de junho e 20 de julho.

De acordo com essas informações, observou-se uma eficácia de 84% entre os maiores de 75 anos, e de 92%, entre aqueles na faixa de 50-74 anos.

Zureik reconheceu, porém, que "este período é muito curto para avaliar o real impacto da vacinação sobre esta variante".

"O estudo continuará para incluir os dados de agosto e setembro", acrescentou.

Essa constatação da eficácia das vacinas diz respeito aos imunizantes anticovid-19 da Pfizer/BioNtech, da Moderna e da AstraZeneca.

O imunizante Janssen é o quarto licenciado na França, mas foi injetado em tão poucas pessoas que não foi incluído no estudo.

"Esta diminuição está no mesmo nível que o risco de morrer durante uma hospitalização por covid-19", segundo a Epi-Phare.

Além disso, a eficácia sobre as formas graves da doença "não parece diminuir no período estudado, de cinco meses".

"Epidemia sem formas graves"

O estudo foi dividido em duas partes: uma sobre pessoas com mais de 75 anos (7,2 milhões de casos analisados); e outra, sobre 50-74 anos (15,4 milhões de casos).

A campanha de vacinação na França começou em 27 de dezembro de 2020 para a primeira faixa etária, e entre 19 de fevereiro e 10 de maio de 2021, para a segunda.

O estudo analisou essas duas faixas etárias até 20 de julho deste ano, com resultados de eficácia semelhantes.

Para comparar os dados de hospitalização, estabeleceram-se duplas entre uma pessoa vacinada e uma não vacinada de mesma idade, sexo e região.

O relatório analisou apenas o risco de desenvolver formas graves do coronavírus e não se inclinou sobre a possibilidade de infecção e de transmissão do vírus.

Outros estudos já haviam demonstrado que a variante delta reduzia a eficácia das vacinas contra o risco de contrair covid-19.

Evitar formas graves - frisou Zureik - é "o principal objetivo da saúde pública", explicando que "uma epidemia sem formas graves não é mais uma epidemia".

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