Um novo estudo, realizado no Reino Unido, reforça a necessidade de as pessoas em tratamento contra o câncer receberem uma dose de reforço da vacina contra covid-19. Os cientistas britânicos observaram que pacientes oncológicos imunizados apresentaram uma diminuição nos níveis de anticorpos neutralizantes que combatem as variantes mais transmissíveis do patógeno Sars-CoV-2, como a delta. Os resultados da pesquisa foram apresentados na última edição da revista especializada Nature Cancer.
“Embora as pessoas que sofrem com tumores tenham sido priorizadas durante a vacinação, elas não foram incluídas nos estudos de desenvolvimento desses fármacos protetivos, portanto, pouco se sabe sobre sua resposta à infecção após estarem imunizadas”, observou, em um comunicado à imprensa, Samra Turajlic, pesquisador do Francis Crick Institute e autor principal do estudo científico.
No trabalho, os especialistas avaliaram 585 pacientes com câncer, que foram vacinados com o imunizante da Oxford/AstraZeneca ou da Pfizer/BioNTech. Os pesquisadores constataram que os analisados apresentaram níveis mais baixos de anticorpos que respondem especificamente às variantes alfa, beta e delta do coronavírus, mesmo após a segunda dose — principalmente, aqueles com tumores sanguíneos.
Em um segundo estudo, os cientistas avaliaram 118 pacientes com câncer não vacinados, que foram infectados com o vírus Sars-CoV-2 e desenvolveram uma proteção natural contra a enfermidade. Os pesquisadores verificaram que os anticorpos de defesa gerados pela infecção perderam a força contra as variantes, e que pacientes com tumores sanguíneos também estavam menos protegidos.
“Com base nos resultados das duas pesquisas, com imunizados e não vacinados, concluímos que as pessoas com problemas oncológicos com origem no sangue estão mais suscetíveis a essa infecção”, destacaram os autores do estudo. Os pesquisadores defendem que as pessoas com câncer também devem receber doses de reforço, assim como os imunodeprimidos e idosos. “Essa medida é de extrema importância para a proteção desse grupo, especialmente nesse momento, em que a transmissão comunitária de variantes preocupantes está em alta”, frisaram os pesquisadores.
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