Covid-19

Medicamento oral pfizer

Correio Braziliense
postado em 05/11/2021 15:54

Um medicamento oral do laboratório norte-americano Pfizer reduziu em 89% o risco de hospitalização ou morte em pacientes adultos de covid-19 com risco elevado de doença grave. Essa é a segunda pílula anunciada para combater a enfermidade causada pelo Sars-CoV-2 - a farmacêutica MSD, também dos EUA, lançou no mês passado o molnupiravir, desenvolvido inicialmente como antigripal.
Desenvolvido especificamente para lutar contra a covid, o Paxlovid, da Pfizer, obteve resultados tão bons no teste clínico intermediário que o laboratório informou que vai interromper os exames e enviar os dados para a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos o mais rápido possível, para obter a autorização de uso emergencial.
O diretor executivo da Pfizer, Albert Bourla, disse depois à CNN que espera que o pedido de autorização possa chegar antes de 25 de novembro. "Já reservamos milhões de doses", afirmou por sua vez o presidente Joe Biden em um discurso, acrescentando que o tratamento constituirá "outra ferramenta em nossa caixa de ferramentas para proteger a população dos piores resultados da covid-19".
"A notícia de hoje é uma mudança autêntica nos esforços globais para deter a devastação desta pandemia", afirmou Bourla. "Estes dados sugerem que nosso candidato a antiviral oral, se aprovado ou autorizado pelas agências reguladoras, tem o potencial de salvar a vida dos pacientes, reduzir a gravidade das infecções por covid-19 e evitar até nove em cada 10 hospitalizações", acrescentou.
A principal análise do teste avaliou os dados de 1.219 adultos na América do Norte, América do Sul, Europa, África e Ásia. Nos dias imediatamente posteriores ao surgimento dos sintomas, alguns deles receberam o fármaco experimental e outros um placebo, durante cinco dias, a cada 12 horas. "A análise intermediária programada mostrou uma redução de 89% no risco de hospitalização relacionada com a covid-19 ou morte por qualquer causa em comparação com o placebo em pacientes tratados dentro dos três dias posteriores ao início dos sintomas", afirmou a Pfizer. Dez pessoas que tomaram o placebo morreram, enquanto nenhuma faleceu entre as que tomaram o medicamento.
A Pfizer começou a desenvolver o medicamento anticovid em março de 2020, o primeiro pensado especificamente contra o coronavírus. O produto é conhecido como um inibidor de protease e demonstrou, em exames de laboratório, que bloqueia o sistema de replicação do vírus. Se funcionar, provavelmente será eficaz apenas nos estágios iniciais da infecção, pois quando a covid progride para uma doença grave, o vírus para de se replicar em grande medida, e os pacientes apresentam uma resposta imunológica mais ativa.
Desde o início da pandemia se busca uma pílula simples para combater o coronavírus, mas até o momento as terapias anticovid - como os anticorpos monoclonais e o remdesivir do laboratório Gilead, com uso autorizado na UE com o nome de Veklury - são aplicadas por via intravenosa. Vários laboratórios trabalham em antivirais orais que tentam imitar o que o medicamento Tamiflu faz na ação contra a gripe e que evitariam a evolução da doença para etapas de gravidade.
O Reino Unido, um dos países mais afetados pela pandemia, se tornou na quinta-feira o primeiro país a aprovar um comprimido anticovid, ao autorizar o uso do medicamento antiviral molnupiravir, da MSD, para tratar pacientes que sofrem da doença leve a moderada. "Este é um dia histórico para nosso país, porque o Reino Unido é agora o primeiro país do mundo a aprovar um antiviral contra a covid-19 que pode ser tomado em casa", afirmou o ministro da Saúde, Sajid Javid, em um comunicado. "Isto mudará a situação para os mais vulneráveis e os imunodeprimidos, que em breve poderão receber o tratamento revolucionário", acrescentou.

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Ao lado do molnupiravir, o remdesivir, é atualmente, o único medicamento antiviral aprovado para o tratamento de covid-19, mas deve ser administrado por via intravenosa. Para alcançar melhor os pacientes ambulatoriais logo após a infecção, o laboratório Gilead Sciences fez parceria com pesquisadores do Centro de Pesquisa de Antivirais Translacionais da Universidade Estadual da Georgia, nos EUA, para testar uma versão modificada do medicamento, em forma de comprimido.
Esse composto modificado "foi altamente eficaz na supressão da replicação e transmissão do Sars-CoV-2 em animais quando administrado por via oral", disseram os autores em um estudo publicado online na revista Nature Communications. De acordo com o texto, o medicamento "pode ser inovador na melhoria do acesso do paciente ao tratamento logo após a infecção".
"Drogas como esta podem ser administradas a pacientes ambulatoriais imediatamente após um teste Sars-CoV-2 positivo", disse Richard Plemper, autor sênior do estudo e diretor do Centro de Pesquisa de Antivirais Translacionais. "Quando tomado por via oral, o medicamento é rapidamente convertido na mesma substância bioativa que o remdesivir intravenoso, proporcionando todos os benefícios da versão aprovada pelo FDA, sem sua limitação de que os pacientes devem ser hospitalizados antes de iniciar o tratamento."
No estudo, a variante do remdesivir foi testada em furões, que os pesquisadores do estado da Geórgia estabeleceram como um modelo líder para testar novos candidatos a medicamentos contra a Sars-CoV-2. Os cientistas descobriram que esta droga também era muito potente contra variantes do coronavírus recentemente surgidas, bloqueando efetivamente a propagação para animais de contato não infectados e não tratados, que foram co-alojados com furões infectados e tratados. "Achamos que esses resultados em furões são altamente promissores e que os antivirais disponíveis por via oral fornecerão aos profissionais de saúde uma arma poderosa para combater as variantes altamente infecciosas do Sars-CoV-2 que estão ativas na comunidade agora", disse Robert Cox , primeiro autor do estudo.

 

 

 

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