Dois dias após o encerramento da COP26, o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, celebrou, ontem, os resultados alcançados em Glasgow, na Escócia. Na avaliação do ex-secretário de Estado americano, a cúpula mostrou uma aspiração superior ao imaginado. "A ambição foi muito maior do que qualquer um pensava que poderia ser", enfatizou, acrescentando: "Uma série de países que até agora não estavam dispostos a fazer algo a respeito, deram um passo adiante para fazer coisas reais acontecerem."
Para Kerry, a cúpula climática deste ano inaugurou uma "nova era de responsabilidade", que, em sua avaliação, vai se projetar para a próxima COP, em 2022, no Egito. "Os participantes criaram um caminho claro, com regras, com obrigações de transparência", observou. "Ninguém esperava que, em Glasgow, esse problema fosse embora. Ninguém pensou que Glasgow iria apagá-lo com uma 'canetada'", assinalou o enviado norte-americano.
Ao fazer as avaliações, durante uma conferência sobre meio ambiente, em Paris, John Kerry disse estar "um pouco surpreso" com matérias negativas da imprensa sobre o resultado da cúpula climática, classificando-as de "catastrofistas". Para ele, esse tipo de repercussão demonstra uma falta de compreensão em relação ao desenvolvimento da COP.
No sábado, após duas semanas de duras e difíceis negociações, quase 200 países assinaram um acordo para tentar conter o aquecimento global descontrolado, embora o nível das medidas acordadas não tenha sido o que os cientistas consideram necessário. O anfitrião da cúpula, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considerou o pacto alcançado como "realmente histórico". Ele afirmou, porém, que sua satisfação foi "tingida de decepção", uma vez que nem todas as nações concordaram em reduzir, gradualmente, o uso de hidrocarbonetos.
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