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Olhos voltados para a cepa ômicron

OMS classifica como preocupante a variante identificada, na quarta-feira, na África do Sul. O número alto de mutações e o aparente risco aumentado de reinfecções estão entre as características que deixam especialistas apreensivos

 

Impacto em vacinas é avaliado

Ainda não é possível afirmar que a variante ômicron reduzirá a eficiência dos imunizantes disponíveis. "É preciso verificar se os anticorpos produzidos pelas vacinas atuais continuam funcionando, até que nível e se impedem os casos graves", explicou Vincent Enouf, do Centro Nacional de Referência de vírus respiratórios do Instituto Pasteur de Paris. Para isso, estão sendo realizados testes em laboratório e com base nos dados reais nos países em que circula a nova cepa.

O laboratório alemão BioNTech, que desenvolveu um dos imunizantes atuais em parceria com a Pfizer, espera os primeiros resultados, "o mais tardar dentro de duas semanas", relacionados à variante, disse um porta-voz à agência France-Presse de notícias (AFP). A empresa farmacêutica americana Moderna, por sua vez, anunciou que "está agindo o mais rápido possível" para desenvolver uma vacina de reforço contra a variante.Também serão feitos testes com a AstraZeneca.

"É urgente adaptar as vacinas de RNA mensageiro e as doses de reforço às variantes em circulação", assinalou, no Twitter, o virologista francês Etienne Decroly. Apesar de tudo, a vacinação continua sendo essencial. Nesse sentido, é preciso que os países mais pobres tenham acesso aos imunizantes, insistem os cientistas. "Quanto mais o vírus circular, mais ele vai evoluir e veremos mais mutações", advertiu Maria Van Kerkhove, uma das responsáveis da Organização da Mundial da Saúde (OMS) pelo enfrentamento da atual crise sanitária.