COVID-19

Próxima pandemia pode ser pior, alerta cientista

Correio Braziliense
postado em 07/12/2021 00:01
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

A criadora da vacina Oxford/AstraZeneca, a primeira a ser desenvolvida contra a covid-19, afirmou que a pandemia está longe de terminar e que uma próxima poderá ser ainda mais letal. Dame Sarah Gilbert falou aos colegas durante uma palestra no domingo, transmitida ontem pela rede britânica BBC. "Esta não será a última vez que um vírus ameaçará nossas vidas e a nossa economia", alertou, acrescentando: "A verdade é que o próximo poderia ser pior. Pode ser mais contagioso, ou mais letal, ou ambos."

Desde novembro de 2019, quando se acredita que surgiram os primeiro casos da doença, mais de 5 milhões de pessoas morreram em todo o mundo e cerca de 265 milhões foram infectadas. Gilbert também destacou que a nova variante do Sars-CoV-2, a ômicron, contém mutações conhecidas por aumentar a transmissibilidade do vírus e que os anticorpos induzidos tanto pela vacinação quanto por infecção anterior parecem ser menos eficazes contra a cepa.

Porém a professora de infectologia da Universidade de Oxford também afirmou que isso não significa "necessariamente, proteção reduzida contra doenças graves e mortes". "Até que saibamos mais, devemos ser cautelosos e tomar medidas para desacelerar a disseminação desta nova variante", disse.

Ressaltando os avanços científicos dos últimos dois anos, com a criação de vacinas em tempo recorde e o desenvolvimento de remédios que começam, agora, a entrar no mercado, Dame Sarah Gilbert afirmou que esses ganhos de conhecimento não podem ser perdidos. "Não podemos permitir uma situação em que passamos por tudo o que passamos e depois descobrirmos (...) que ainda não há financiamento para a preparação para uma pandemia", assinalou. "Assim como investimos em forças armadas e inteligência e diplomacia para nos defender contra guerras, devemos investir em pessoas, pesquisa, manufatura e instituições para nos defender contra pandemias", defendeu.

Essa não é a primeira vez que se alerta para a possibilidade de uma pandemia futura mais grave que a de covid-19. Há três meses, o Centro Global para o Desenvolvimento (CDG), uma organização não-governamental e multinacional de pesquisa, apresentou um relatório, indicando que, em todo o mundo, "o risco de pandemias é amplamente subestimado e as ações para se preparar para surtos têm um investimento insuficiente".

O CGD elaborou um modelo estatístico de risco de pandemias futuras estimando que, nos próximos 25 anos, o risco de uma nova ameaça tão ou mais letal que a covid tem 47-57% de chance de acontecer. Os países mais desfavorecidos seriam os mais afetados, apontou a ONG. (PO)

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Mecanismo revelado

 Uma equipe internacional de pesquisadores acredita que pode ter encontrado um mecanismo molecular por trás dos coágulos sanguíneos extremamente raros ligados às vacinas de adenovírus para covid-19, as de Oxford-AstraZeneca e da Johnson & Johnson. Com base no estudo, feito em mini-órgãos, os cientistas sugerem que o problema estaria no vetor viral e na forma como ele se liga ao fator plaquetário (PF4) ao ser injetado no organismo. Em todo o mundo, foram registradas ocorrências raríssimas de trombocitopenia trombótica imunológica induzida por vacina (VITT) seguidas de injeções dos imunizantes que usam o vetor viral. “Esperamos que nossas descobertas possam ser usadas para entendermos melhor os efeitos colaterais e, potencialmente, desenvolver vacinas melhoradas no enfrentamento dessa pandemia global”, escreveram, em um artigo publicado na revista Science Advances.

 

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