Doses de reforço das vacinas Pfizer e Moderna reduzem drasticamente o risco de internação de indivíduos infectados pela variante ômicron do novo coronavírus, assim como o de óbito. O efeito obtido após três inoculações foi observado em três estudos conduzidos por pesquisadores do Centro de Controle de Doenças (CDC), do governo dos Estados Unidos. De acordo com os autores, os dados são um alerta para que os não vacinados busquem os fármacos protetivos o mais rápido possível.
No primeiro estudo, publicado no Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade, a equipe do CDC analisou dados de mais de 300 mil hospitalizações, visitas a departamentos de emergência e a clínicas de atendimento de urgência em 10 estados norte-americanos, entre 26 de agosto de 2021 e 5 de janeiro de 2022. A investigação indica que as doses de reforço vacinal reduziram o risco de hospitalização em 94% na época em que a cepa delta era dominante no país, e em 90% após a ascensão da ômicron.
De acordo com o CDC, os não vacinados com idade entre 50 e 64 anos tinham cerca de 45 vezes mais risco de serem hospitalizados do que aqueles que completaram o ciclo de vacinação e receberam a dose de reforço. "Ficar muito doente significa que os idosos infectados podem precisar de hospitalização, terapia intensiva ou um ventilador para ajudá-los a respirar, podendo até morrer. O risco aumenta para pessoas na faixa dos 50 anos e aumenta nos 60, 70 e 80 anos. Se vacine o mais rápido possível", enfatiza o CDC, em seu site.
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Sintomas
A segunda pesquisa avaliou os casos de covid-19 e as taxas de mortalidade em 25 estados desde o início de abril de 2021 até o Natal. Observou-se que pessoas não vacinadas tiveram um risco 53 vezes maior de morte devido à infecção pelo novo coronavírus. Na mesma linha, o terceiro estudo tem como base informações de pessoas que testaram positivo para a covid-19 entre 10 de dezembro de 2021 e 1º de janeiro de 2022, em mais de 4.600 centros médicos dos Estados Unidos. Nesse caso, o reforço vacinal foi cerca de 67% eficaz contra doenças sintomáticas relacionadas à variante ômicron, quando comparado a pessoas não imunizadas.
Duas doses surtiram em uma proteção menor (cerca de 50%) contra os sintomas gerados pela nova cepa. "Isso realmente mostra a importância de obter uma dose de reforço (…) À medida que continuamos a enfrentar essa nova variante, peço a todos que são elegíveis para receber sua dose de reforço que a obtenham o mais rápido possível", afirma, em comunicado, Emma Accorsi, pesquisadora do CDC e uma das autoras do estudo, publicado no periódico Journal of the American Medical (Jama).
Em entrevista ao jornal The New York Times, Akiko Iwasaki, imunologista da Universidade de Yale e não participante dos estudos, afirmou que os resultados obtidos são similares aos de investigações semelhantes conduzidas na Alemanha, na África do Sul e no Reino Unido. "Agora, vimos isso de forma mais clara também nos Estados Unidos, e esses números são bastante convincentes", avalia.
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