Cientistas da Universidade de Michigan Health Rogel Cancer Center descobriram que as células do câncer de pâncreas são "alimentadas" por ácido hialurônico. A presença do ácido na formação do tumor pancreático já era conhecida por pesquisadores, porém, novos achados indicam que o ácido também serve para que o câncer continue a crescer. A descoberta foi publicada na revista eLife (e você pode ler neste link).
De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode ajudar em pesquisas de novos tratamentos para este tipo de câncer. “Um tema central no meu laboratório de pesquisa é que o câncer de pâncreas não responde ao arsenal comum de abordagens de tratamento. Precisamos pensar sobre esse desafio de forma diferente”, disse Costas Lyssiotis, o investigador principal do estudo.
A anatomia do câncer de pâncreas
Segundo a pesquisa, o microambiente de um tumor pancreático é altamente estromal, processo natural de cicatrização do corpo. Isso significa que a massa em si é composta principalmente de tecido conjuntivo e células imunes não cancerosas. À medida que essas cicatrizes são formadas, uma abundância de ácido hialurônico é liberada.
Dessa forma, os cientistas apontam que as células cancerígenas se alimentam desse ácido. Agora, os pesquisadores querem saber se é possível que essa descoberta seja uma vulnerabilidade terapêutica que possa ser medicada e assim cortar a fonte de nutrientes do tumor, impedido que ele cresça.
O câncer de pâncreas é difícil de detectar e por causa disso apresenta uma alta taxa de mortalidade. No Brasil, ele é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
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