Estudo

Pesquisa indica que câncer de pâncreas "se alimenta" de ácido hialurônico

De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode ajudar em pesquisas de novos tratamentos para este tipo de tumor — que não responde a abordagens comuns

Thays Martins
postado em 27/01/2022 15:31 / atualizado em 27/01/2022 15:31
Agora, os pesquisadores querem saber se é possível que essa descoberta seja uma vulnerabilidade terapêutica que possa ser medicada e assim cortar a fonte de nutrientes do tumor -  (crédito:  DeNardo Lab/Divulgação)
Agora, os pesquisadores querem saber se é possível que essa descoberta seja uma vulnerabilidade terapêutica que possa ser medicada e assim cortar a fonte de nutrientes do tumor - (crédito: DeNardo Lab/Divulgação)

Cientistas da Universidade de Michigan Health Rogel Cancer Center descobriram que as células do câncer de pâncreas são "alimentadas" por ácido hialurônico. A presença do ácido na formação do tumor pancreático já era conhecida por pesquisadores, porém, novos achados indicam que o ácido também serve para que o câncer continue a crescer. A descoberta foi publicada na revista eLife (e você pode ler neste link)

De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode ajudar em pesquisas de novos tratamentos para este tipo de câncer. “Um tema central no meu laboratório de pesquisa é que o câncer de pâncreas não responde ao arsenal comum de abordagens de tratamento. Precisamos pensar sobre esse desafio de forma diferente”, disse Costas Lyssiotis, o investigador principal do estudo.

A anatomia do câncer de pâncreas

Segundo a pesquisa, o microambiente de um tumor pancreático é altamente estromal, processo natural de cicatrização do corpo. Isso significa que a massa em si é composta principalmente de tecido conjuntivo e células imunes não cancerosas. À medida que essas cicatrizes são formadas, uma abundância de ácido hialurônico é liberada.

Dessa forma, os cientistas apontam que as células cancerígenas se alimentam desse ácido. Agora, os pesquisadores querem saber se é possível que essa descoberta seja uma vulnerabilidade terapêutica que possa ser medicada e assim cortar a fonte de nutrientes do tumor, impedido que ele cresça. 

O câncer de pâncreas é difícil de detectar e por causa disso apresenta uma alta taxa de mortalidade. No Brasil, ele é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). 

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