Pandemia

Pesquisas atestam que riscos de trombose após vacina da Astrazeneca são baixos

Correio Braziliense
postado em 23/02/2022 06:00 / atualizado em 12/07/2022 12:20
 (crédito: SANJAY KANOJIA)
(crédito: SANJAY KANOJIA)

O risco de eventos de trombose intracraniana após a vacinação com a vacina AstraZeneca (ChAdOx1-S)w é "ligeiramente elevado", de acordo com dois estudos publicados ontem na Plos Medicine. O primeiro artigo, de William Whiteley, da Universidade de Edimburgo, analisa os registros eletrônicos de saúde de 46 milhões de adultos na Inglaterra. O segundo, de Steven Kerr, também da Universidade de Edimburgo, usou um conjunto de dados de 11 milhões de adultos do Reino Unido.

Casos de trombose — quando um coágulo sanguíneo bloqueia uma veia ou artéria — foram relatados após a vacinação com a ChAdOx1-S. No entanto, as taxas de eventos venosos e arteriais comuns, incluindo acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, trombose venosa profunda e embolia pulmonar, são difíceis de medir com base apenas em relatos do tipo.

No primeiro estudo, Whiteley e colegas analisaram os registros de 46 milhões de adultos que vivem na Inglaterra, dos quais 21 milhões foram vacinados durante a investigação, de dezembro de 2020 a março de 2021. Para pessoas com 70 anos ou mais, os riscos de eventos trombóticos arteriais e venosos foram ligeiramente menores nos 28 dias após a imunização com a substância da Pfizer(BNT162b2) ou com ChAdOx1-S.

Já naqueles com menos de 70 anos, um pequeno aumento na taxa de trombose venosa intracraniana (TVIC) foi observado após a vacina ChAdOx1-S. Isso correspondeu a um excesso de risco estimado de 0,9 a 3 casos por milhão (variando por idade e sexo), correspondendo ao dobro da taxa, em comparação com pessoas não imunizadas. O mesmo efeito não foi observado após a BNT162b2.

Coágulo cerebral

No segundo estudo, os pesquisadores vincularam dados de dezembro de 2020 a junho de 2021 de várias fontes — incluindo cuidados primários, secundários, mortalidade e testes virológicos — para mais de 11 milhões de pessoas na Inglaterra, Escócia e País de Gales. Eles compararam a taxa de trombose do seio venoso cerebral (TSVC), um tipo raro de coágulo sanguíneo no cérebro, nos 90 dias anteriores à vacinação e nas quatro semanas após a primeira dose de ChAdOx1-S ou BNT162b2.

Os autores observaram um pequeno risco elevado de eventos do tipo após a vacinação com a ChAdOx1-S, equivalente a uma ocorrência adicional por 4 milhões de pessoas vacinadas. O estudo não encontrou associação entre a BNT162b2 e a TSVC. "Essa evidência pode ser útil em avaliações de risco-benefício para políticas relacionadas a vacinas e para fornecer quantificação de riscos associados à vacinação para o público em geral", dizem os autores.

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