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Estudo mostra que colesterol "bom" pode ajudar no tratamento da sepse

Cientistas descobriram que manter alto o nível de HDL sugere maiores taxas de sobrevivência a sepse

Helena Dornelas*
postado em 18/03/2022 16:45 / atualizado em 18/03/2022 16:47
Professor Xiangan Li, líder do estudo -  (crédito: Pete Comparoni / Universidade de Kentucky)
Professor Xiangan Li, líder do estudo - (crédito: Pete Comparoni / Universidade de Kentucky)

Aumentar o nível de lipoproteína de alta densidade, HDL, pode ser um tipo de tratamento eficaz contra a sepse, manifestações do organismo produzidas por uma infecção. Um estudo descobriu que a forma sintética de HDL fornecia proteção contra sepse em camundongos foi publicado pela revista Science Signaling.

A pesquisa foi feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de Kentucky e liderada pelo professor Xiangan Li, Ph.D e chefe do departamento de Fisiologia e do Centro de Pesquisa Cardiovascular Saha. O estudo contou com a co-investigação da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital da Universidade de Michigan e juntos descobriram que o nível de HDL é diminuído em pacientes sépticos.

A sepse é uma manifestação do organismo humano que ocorre quando uma infecção desenvolve uma reação em cadeia em todo o corpo e que sem o tratamento pode levar a danos no tecido, falência de órgãos e até a morte. De acordo com o Centers for Disease Control (CDC), órgão regulador dos Estados Unidos, quase 270 mil americanos morrem de sepse por ano, sendo um a cada três pacientes que morreram em hospitais tem sepse.

O colesterol HDL, é conhecido como “bom” por ajudar a remover outras formas de colesterol da corrente sanguínea, e os altos níveis de HDL estão associados a um menor risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e agora, com os resultados do estudo, foi constatado que também ajuda nos resultados para pacientes sépticos.

Os resultados da pesquisa sugerem uma diminuição na abundância de HDL é um fator de risco para sépticos e o aumentar esses índices é um estratégia viável contra a sepse. Para testar essa teoria a equipe tratou camundongos sépticos com um composto sintético de HDL chamado de ETC-642 e os animaizinhos que receberam tiveram maiores taxas de sobrevivência e melhor proteção contra sepse, como melhora na função renal e diminuição da inflamação.

“Juntos, esses dados sugerem que o tratamento com HDL pode ser um tratamento eficaz para pacientes com sepse”, disse o professor Li.

*Estagiária sob supervisão de Helena Dornelas

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