Para homens

1ºC a mais eleva em 4% risco de doenças cardiovasculares

Correio Braziliense
postado em 29/03/2022 00:01
 (crédito: Kevin Dietsch)
(crédito: Kevin Dietsch)

O aumento de 1°C na temperatura noturna de verão pode estar associado a uma probabilidade cerca de 4% maior de mortes cardiovasculares entre homens de 60 a 64 anos, segundo uma pesquisa publicada na revista on-line BMJ Open. As mulheres, porém, não apresentaram o mesmo risco, diz o artigo.

Estudos anteriores se concentraram no potencial de extremos de calor durante o verão e sua associação com surtos de mortes e hospitalizações devido a problemas cardiovasculares. No entanto, as descobertas relacionadas a idade e gênero têm sido inconsistentes até agora. Por isso, pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, começaram a examinar qualquer possível ligação entre as altas temperaturas noturnas, durante a estação, e o aumento de óbitos por doenças cardiovasculares (DCV) entre pessoas com 60 e 69 anos.

Os pesquisadores analisaram dados do Escritório Nacional de Estatísticas sobre mortes de adultos atribuídas a DCV nos meses de junho e julho (verão no Hemisfério Norte) de 2001 a 2015, na Inglaterra e no País de Gales, porque as ondas de calor no Reino Unido são mais frequentes e intensas durante esses meses. Eles também reuniram informações correspondentes de registros oficiais dos EUA para a região de King County, em Washington, com condições parecidas com as de outras áreas estudadas. Os dados estadunidenses, porém, incluíam apenas homens.

Além disso, os cientistas analisaram dados meteorológicos oficiais do Reino Unido e dos EUA. Os resultados mostraram que, entre 2001 e 2015, houve 39.912 mortes por DCV (68,9% homens) em Inglaterra e País de Gales e 488 mortes em King County. Nos dois primeiros, depois de levar em conta certas variáveis, um aumento de 1°C na temperatura noturna usual de verão foi associado a uma elevação de 3,1% no risco de mortalidade por DCV entre homens de 60 a 64 anos, mas não nos mais velhos ou em ambas faixas etárias femininas. Em King County, por sua vez,1°C a mais se relacionou ao aumento de 4,8% no risco de mortalidade por DCV entre aqueles com 65 anos ou menos, mas não em homens mais velhos.

O estudo é observacional — portanto, não pode estabelecer causalidade —, e os pesquisadores reconhecem algumas limitações no trabalho. No entanto, entre os pontos fortes estão os dados de tamanho populacional e o uso de informações meteorológicas, cruzados com estatísticas rigorosas de mortalidade. "As presentes descobertas devem estimular investigações semelhantes de taxas de exposição e eventos em outras regiões populosas de latitude média a alta", disseram os autores, no artigo.

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