enxaqueca

Dor de cabeça atinge 52% da população mundial, aponta estudo

Todos os tipos de cefaleia foram mais comuns em mulheres do que em homens, mais marcadamente para enxaquecas e dores de cabeça por 15 ou mais dias por mês

Correio Braziliense
postado em 12/04/2022 06:00
 (crédito: Piqsels/Divulgação)
(crédito: Piqsels/Divulgação)

Mais da metade da população mundial sofre ao menos um episódio de dor de cabeça por ano, sendo que 14% tem a forma crônica da condição, a enxaqueca. Um estudo de revisão global publicado ontem no The Journal of Headache and Pain estima que 52% das pessoas acima de 5 anos têm cefaleia, um dos distúrbios neurológicos mais prevalentes e incapacitantes em todo o mundo.

Os autores, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, revisaram 357 publicações entre 1961 e o fim de 2020 para estimar a prevalência global de dores de cabeça. A maioria dos estudos incluía adultos entre 20 e 65 anos, mas alguns também incluíam crianças, adolescentes e idosos. Os pesquisadores, liderados por Lars Jacob Stovner, tiveram o cuidado de considerar as diferenças metodológicas de cada pesquisa para calibrar os resultados e chegar a um cenário o mais próximo possível da realidade.

Baixa renda

A partir de artigos compilados, os autores estimam que 52% da população global sofreu ao menos um distúrbio de dor de cabeça em um determinado ano dentro do período coberto pelas pesquisas, com 14% relatando enxaqueca, 26% cefaleia do tipo tensional (dor leve a moderada, como se fosse um "apertão"), e 4,6% sentindo o incômodo durante 15 ou mais dias por mês. "Descobrimos que a prevalência de distúrbios de dor de cabeça permanece alta em todo o mundo", comenta Lars Jacob Stovner.

Segundo o principal autor do estudo, todos os tipos de cefaleia foram mais comuns em mulheres do que em homens, mais marcadamente para enxaquecas (17%, em comparação com 8,6%) e dores de cabeça por 15 ou mais dias por mês (6% e 2,9%, respectivamente). "Devemos nos esforçar para reduzir este fardo por meio da prevenção e de um melhor tratamento. Para medir o efeito de tais esforços, devemos ser capazes de monitorar a prevalência e a carga (da condição) nas sociedades."

Os autores reconhecem que a maioria das publicações que revisaram veio de países de alta renda, com bons sistemas de saúde, o que pode não refletir a realidade global. Investigações adicionais em países de renda média e baixa ajudariam a apresentar uma estimativa mundial mais precisa, afirmaram. "O que está claro é que, em geral, as cefaleias são altamente prevalentes em todo o mundo e podem ser um fardo alto. Também pode ser interessante, no futuro, analisar as diferentes causas de dores de cabeça que variam entre os grupos para direcionar a prevenção e o tratamento de forma mais eficaz", conclui Stovner.

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