Espanha

Cientistas encontram pistas sobre genética da "água-viva imortal"

Em estudo publicado nessa segunda-feira (29) no Proceedings of the National Academy of Sciences, Maria Pascual-Torner, Victor Quesada e colegas da Universidade de Oviedo mapearam a sequência genética da Turritopsis dohrnii, a única espécie conhecida de água-viva capaz de voltar repetidas vezes a um estágio de larva após a reprodução sexuada

Agência Brasil
postado em 30/08/2022 09:54
 (crédito: Woods Hole Oceanographic Institution)
(crédito: Woods Hole Oceanographic Institution)

Cientistas na Espanha desvendaram o código genético da água-viva imortal - espécie capaz de se regenerar repetidamente a um estado juvenil - na esperança de descobrir o segredo de sua longevidade única e encontrar novas pistas sobre o envelhecimento humano.

Em estudo publicado nessa segunda-feira (29) no Proceedings of the National Academy of Sciences, Maria Pascual-Torner, Victor Quesada e colegas da Universidade de Oviedo mapearam a sequência genética da Turritopsis dohrnii, a única espécie conhecida de água-viva capaz de voltar repetidas vezes a um estágio de larva após a reprodução sexuada.

Como outros tipos de água-viva, a T. dohrnii passa por um ciclo de vida de duas partes, vivendo no fundo do mar durante uma fase assexuada, onde seu principal papel é permanecer vivo em tempos de escassez de alimentos. Quando as condições são adequadas, as águas-vivas se reproduzem sexualmente.

Embora muitos tipos de água-viva tenham alguma capacidade de reverter o envelhecimento e voltar a um estágio de larva, a maioria perde essa capacidade quando atinge a maturidade sexual, dizem os autores do estudo. Não é assim para a T. dohrnii.

O trabalho teve como objetivo entender o que torna essa água-viva diferente, comparando a sequência genética de T. dohrnii com a de Turritopsis rubra, uma prima genética próxima que não tem a capacidade de rejuvenescer após a reprodução sexual.

O que eles descobriram é que a T. dohrnii tem variações em seu genoma que podem torná-la melhor em copiar e consertar o DNA. Elas também parecem ser melhores em manter as extremidades dos cromossomos chamados telômeros. Em humanos e outras espécies, o comprimento dos telômeros diminui com a idade.

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