Alerta

Câncer infantil tende a ser mais agressivo, mas é mais curável

Doença avança de maneira muito mais rápida em crianças

Correio Braziliense
postado em 21/09/2022 14:06
 (crédito: Pixabay)
(crédito: Pixabay)

De maneira geral, o câncer infantil tende a avançar mais rapidamente se comparado com a doença em adultos. “Porém, não é preciso alarde, uma vez que a enfermidade tem alta chance de cura”, assegura o médico Caio Guimarães (CRM 23083) , especialista em oncologia do Centro de Câncer de Brasília (Cettro).

Com o objetivo de ressaltar o diagnóstico precoce, entidades ligadas à saúde estabeleceram o Setembro Dourado para campanha de prevenção ao câncer infanto-juvenil.

De acordo com o oncologista, se não fosse a demora que muitas vezes o paciente enfrenta até chegar à unidade de especializada para o tratamento, em alguns tipos de tumores o índice de cura poderia atingir ou superar os 90%.

Caio Guimarães explica que essas doenças na infância são predominantemente de origem embrionária, causadas por células indiferenciadas ainda sem função especializada. “Por esse motivo, a resposta ao tratamento é muito melhor”, enfatiza.

Em nível de comparação, o câncer em adultos, geralmente, afeta as células epiteliais, responsáveis por recobrir diferentes regiões do corpo, como mama, pulmão e próstata. Associa-se a isso, o surgimento do tumor nos adultos poder estar associado a fatores ambientais como, por exemplo, o fumo.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima o surgimento anual de mais de 8 mil tumores em crianças. O número de mortes, de aproximadamente 2 mil anualmente, ainda assusta. “Podemos atribuir isso quase que exclusivamente à demora na identificação e, consequentemente, no início ao tratamento”, completa o médico do Cettro.

A leucemia corresponde à maioria dos casos, e essa prevalência é mundial. A medicina ainda não tem uma resposta do porquê desse câncer ser o mais comum, no entanto há estudos que tentam associar a ocupação dos pais à doença, principalmente no que diz respeito à produção dos espermatozoides, que transmitiriam alguma alteração genética. Já o segundo câncer mais frequente na infância é o tumor cerebral.

Apesar de as chances de cura serem altas, o câncer pediátrico esbarra em alguns problemas, como falta de conhecimento dos pediatras para identificar os sintomas.

Os pais devem estar alertas ao fato de que a criança não inventa sintomas. Ao sinal de alguma anormalidade, devem levar seus filhos ao pediatra para avaliação. Na maioria das vezes, os sintomas estão relacionados a doenças comuns na infância, mas isto não deve ser motivo para descartar a visita ao médico.

Sintomas de tumores da infância:
Leucemias: a criança se torna mais sujeita a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas;

Retinoblastoma: reflexo do “olho do gato", ou seja, o embranquecimento da pupila quando exposta à luz;

Tumor de Wilms (que afeta os rins): aumento do volume ou surgimento de massa no abdômen;

Tumores sólidos: formação de massa, visível ou não, e causar dor nos membros;

Tumor de sistema nervoso central: dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos

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