Espaço sideral

Cerca de 25 mil asteroides rodeiam as imediações da Terra

Esses corpos rochosos, porém, não estão sozinhos. Os maiores, com um quilômetro ou mais, foram quase todos avistados

Correio Braziliense
postado em 27/09/2022 06:00
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

Nas imediações da Terra, há cerca de 25 mil asteroides catalogados, de diferentes tamanhos, e nenhum deles ameaça o nosso planeta pelos próximos 100 anos, segundo os cientistas. Esses corpos rochosos, porém, não estão sozinhos. Os maiores, com um quilômetro ou mais, foram quase todos avistados. Quanto aos menores, a estimativa dos estudiosos é de que cerca de 40% dos que medem 140 metros ou mais são conhecidos. O tamanho é suficiente para, em caso de uma colisão, devastar grandes áreas.

"Nosso trabalho mais importante é encontrar os que faltam", diz Lindley Johnson, agente de defesa planetária da agência espacial americana (Nasa). O também astrônomo enfatiza que, quanto antes for detectado esse tipo de ameaça, mais tempo os especialistas terão para determinar a melhor forma de desviá-los ou destruí-los.

Hoje, há, inclusive, uma limitação tecnológica para isso. Iniciada em novembro, a missão DART, baseada no impacto cinético capaz de desviar um asteroide, é a única forma de defender a Terra de um objeto que se aproxime dela. Outras ideias propostas incluem um "trator de gravidade" e uma missão para explodir o hipotético objeto com uma arma nuclear, mas estão mais distantes de serem concretizadas.

Por atração

No primeiro caso, se a aproximação de um objeto for detectada com anos, ou décadas, de antecedência, uma nave pode ser enviada para navegar a seu lado durante o tempo suficiente para desviar a sua trajetória, agindo por atração. Na avaliação de Tom Statler, cientista da missão DART, a vantagem desse método é a "total compreensão" dos seus processos. "Sabemos como funciona a gravidade", explica.

Uma das limitações pode ser a massa da nave espacial — esses tratores gravitacionais seriam menos eficientes para asteroides com mais 500 metros de diâmetro, que são os que representam maior ameaça. Em 2017, engenheiros da Nasa sugeriram que a nave espacial poderia extrair material do asteroide e, assim, melhorar a própria massa e, portanto, a gravidade.

Por explosão

A outra opção seria lançar bombas nucleares para redirecionar, ou destruir, o asteroide. "Essa pode ser a única estratégia efetiva para os asteroides assassinos de planetas maiores e mais perigosos, com mais de um quilômetro de diâmetro", indica um relatório da Nasa sobre o tema, acrescentando que a explosão pode ser o "último recurso" caso todos os outros métodos falhem. Armas atômicas são, no entanto, polêmicas, e sua utilização está proibida no espaço.

Diante das limitações tecnológicas atuais, Lindley Johnson destaca a importância da missão DART. A partir dela, serão "agregadas a nossas caixas de ferramentas métodos, aos quais se poderá recorrer no futuro."

 

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