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Dieta semelhante ao jejum reduz sinais de Alzheimer em camundongos

A dieta que imita o jejum é rica em gorduras insaturadas e baixa em calorias, proteínas e carboidratos gerais e é projetada para imitar os efeitos de uma abstinência de alimentos

Paloma Oliveto
postado em 29/09/2022 06:00
 (crédito: Holding Comunicações)
(crédito: Holding Comunicações)

Um tipo de dieta semelhante ao jejum reduziu os sinais de Alzheimer em camundongos geneticamente modificados para desenvolver a doença, de acordo com um estudo liderado pela University of Southern California, nos Estados Unidos. No estudo, publicado na revista Cell Reports, os pesquisadores descobriram que os animais que haviam passado por vários ciclos que imitavam a abstinência alimentar apresentavam níveis mais baixos de duas principais características da enfermidade: acúmulo da proteína beta-amiloide e emaranhados provocados pela proteína tau hiperfosforilada.

A dieta que imita o jejum (FMD, sigla em inglês) é rica em gorduras insaturadas e baixa em calorias, proteínas e carboidratos gerais e é projetada para imitar os efeitos de uma abstinência de alimentos, enquanto ainda fornece os nutrientes necessários. Além de camundongos saudáveis, a equipe investigou modelos de animais com Alzheimer, alimentados com a FMD por quatro ou cinco dias, duas vezes por mês.

Os camundongos que passaram por ciclos de jejum mostraram reduções promissoras na beta-amiloide — que formam as placas pegajosas e disruptivas no cérebro — e na patologia da tau, em comparação com os que comeram uma dieta padrão. Esses animais também mostraram níveis mais baixos de inflamação cerebral, incluindo uma redução no número de microglia ativa, as células imunes que procuram e destroem patógenos e células danificadas no cérebro.

Além do estudo em camundongos, o principal pesquisador, Valter Longo, incluiu dados de um pequeno ensaio clínico de fase 1 da dieta que imita o jejum em pacientes humanos diagnosticados com comprometimento cognitivo leve ou doença de Alzheimer branda. Os dados iniciais indicam que esse regime é seguro e viável. Outros testes no estudo em andamento e medirão o desempenho cognitivo e os níveis de inflamação, disse Longo.

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