Astronomia

James Webb: Telescópio flagra fenômeno raro entre duas estrelas; entenda

Astrônomos conseguiram observar anéis de poeira ao redor da estrela binária Wolf-Rayet 140

Camilla Germano
postado em 13/10/2022 11:29
 (crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, JPL-Caltech)
(crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, JPL-Caltech)

O Telescópio Espacial James Webb da Nasa (JWTS, na sigla em inglês) conseguiu registrar um momento raro entre um sistema estelar binário. A imagem divulgada na quarta-feira (12/10) mostra ao menos 17 anéis de poeira ao redor da estrela binária Wolf-Rayet 140 (WR).

Os sistemas binários são aqueles em que duas estrelas distintas orbitam um centro de massa comum.

De acordo com o astrônomo Ryan Lau, que participou da descoberta, quando ele viu a imagem pela primeira vez a considerou estranha e se preocupou que talvez as difrações de luz tivessem sido criadas pelo brilho extremo da estrela. "Assim que baixei os dados finais, percebi que não estava olhando para um padrão de difração, mas sim para anéis de poeira ao redor da WR 140 – pelo menos 17 deles", explicou.

Ryan acentua, ainda, que, apesar de parecerem anéis, a verdadeira geometria 3D dessas características seriam descritas mais claramente como "conchas de poeira".

Ele pontua também que elas são são formadas cada vez que as estrelas atingem um ponto em sua órbita onde estão mais próximas umas das outras e seus ventos estelares interagem. Além disso, o espaçamento uniforme entre as conchas justifica a formação de poeira como um relógio — uma vez a cada órbita de oito anos.

Segundo Ryan, as 17 conchas podem ser contatadas como anéis de árvores e mostram mais de 130 anos de formação de poeira.

As conchas mais distantes da estrela binária atravessaram mais de 70.000 vezes a distância da Terra ao Sol, a velocidades de cerca de 6 milhões de milhas por hora, através do ambiente hostil em torno de uma estrela WR.

O astrônomo ressaltou ainda que a sobrevivência dessas conchas distantes mostra que a poeira formada por binários WR como WR 140 provavelmente sobreviverá para enriquecer o ambiente interestelar circundante.

"Com os resultados, agora temos evidências de que os binários Wolf-Rayet 140 podem ser uma importante fonte de compostos ricos em carbono que enriquecem o ambiente interestelar de nossa galáxia e provavelmente galáxias além da nossa", garante Lau.

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