Por trás de toda a agenda das conferências climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), está um tema central: a redução das emissões de gases de efeito estufa. Embora o acúmulo dessas substâncias seja natural — e importante para que a Terra não seja um planeta gelado —, desde a industrialização, no século 19, vem ocorrendo um bombardeio desses poluentes. Os responsáveis principais são os combustíveis fósseis, como petróleo, usados para o fornecimento de energia.
Já não há dúvida, hoje, que o acúmulo crescente de gases de efeito estufa na atmosfera é resultado de ações humanas. Ano após ano, o mundo registra recordes de calor. E, embora há mais de duas décadas e meia as conferências climáticas insistam na necessidade de se reduzir as emissões, vem ocorrendo o contrário.
Na assinatura do Acordo de Paris, em 2015, mais de 190 países concordaram em apresentar planos nacionais de redução, revistos a cada cinco anos, com aumento gradativo do nível de ambição. Contudo, as contribuições prometidas não têm se concretizado e, apesar dos cenários catastróficos apontados pela ciência, poucos acreditam que será possível chegar ao fim do século com um aumento de temperatura limitado a 1,5ºC em relação ao século 19.
Brasil
O Brasil chegará à COP27 com resultados negativos. No país, o desflorestamento é a principal causa das emissões — as árvores estocam carbono e, quando derrubadas, o elemento químico vai para a atmosfera em forma de CO2. Por isso, o uso do solo é o ponto-chave das contribuições nacionais. Contudo, as taxas de desmatamento estão aumentando.
Publicado na semana passada, o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases do Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, mostra que as emissões brutas causadas pelo desmatamento aumentaram 20% de 2020 a 2021. O desflorestamento da Amazônia puxa essa elevação, sendo responsável por 77% do lançamento de CO2 por mudanças no uso da terra.
Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), responsável pelo cálculo, no SEEG, de emissões por mudanças de uso da terra, a taxa de desmatamento em 2021, na Amazônia Legal, foi de 13.038km², o maior nível desde 2006. Há expectativa, porém, de que o país volte a investir em políticas de combate ao desflorestamento.
Essa deverá ser uma das mais importantes pautas do presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, na COP27 — convidado pelo Egito, o líder participará da conferência. "O Brasil, agora, tem a chance de voltar a ser um dos protagonistas globais na redução das emissões de gases efeito estufa, reduzindo o desmatamento em todos os biomas e cumprindo os compromissos assumidos internacionalmente", diz Julia Shimbo, pesquisadora no IPAM e do SEEG.
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