MEIO AMBIENTE

Deterioração da Grande Barreira de Coral na Austrália continua, alerta Unesco

Segundo o documento, a capacidade de a Grande Barreira resistir a esses impactos encontra-se "significativamente comprometida"

Correio Braziliense
postado em 29/11/2022 06:00
 (crédito: Noz/CB/CB/CB/Reprodução/D.A Press)
(crédito: Noz/CB/CB/CB/Reprodução/D.A Press)

Um relatório da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) indica que, apesar dos esforços sem precedentes da Austrália para proteger a Grande Barreira de Coral, a área corre o risco de entrar na lista dos patrimônios mundiais em perigo. De acordo com especialistas da ONU e da União Internacional para a Conservação da Natureza (UINC), a deterioração do local avança devido aos efeitos combinados do aquecimento global e da poluição ligada à agricultura e à pesca.

Segundo o documento, a capacidade de a Grande Barreira resistir a esses impactos encontra-se "significativamente comprometida", principalmente devido à degradação da qualidade da água. O conjunto de medidas e projetos para enfrentar o problema carece de "objetivos claros" e "não tem sido plenamente aplicado", destacam a Unesco e a UINC.

Os autores enfatizam, ainda, que, "embora tenham sido feitos esforços significativos para reduzir o escoamento de nitratos e fosfatos (...), é necessário garantir uma nova redução desses poluentes nos próximos três anos, que seja equivalente à alcançada desde 2009".

Em julho de 2021, a Austrália impediu a Unesco de inscrever a Grande Barreira de Coral em sua lista de Patrimônio Mundial em Perigo, apesar das preocupações da comunidade científica sobre a deterioração desse ecossistema único. O Comitê do Patrimônio Mundial decidiu adiar essa decisão, após intensa pressão do país do Pacífico.

Os membros do comitê, incluindo China, Rússia e Arábia Saudita, sentiram que Camberra deveria ter mais tempo para fazer um levantamento de seus esforços de conservação. "Há um diálogo construtivo em andamento com o atual governo do primeiro-ministro Anthony Albanese'', afirmou a Unesco, em uma nota à agência France Presse (AFP).

"Existe um caminho estreito para salvar a Grande Barreira de Coral, mas existe. Uma ação enérgica tomada rapidamente pode surtir efeito. Esse relatório é uma proposta de roteiro para as autoridades australianas que devem decidir o que fazer com ele e, acima de tudo, mostrar resultados", destacou uma fonte à agência.

A próxima reunião do Comitê da Unesco está prevista, a princípio, para meados de 2023. Os primeiros resultados das medidas adotadas poderão ser avaliados nesta reunião.

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