Saúde

Carnaval: fez sexo sem camisinha? Saiba o que fazer

O tempo de extravasar, da curtição e pegação terminou, mas é necessário cuidar da saúde para evitar as tão temidas ISTs

André Vinícius Pereira*
postado em 23/02/2023 16:08 / atualizado em 23/02/2023 16:12
 (crédito:  rawpixel.com)
(crédito: rawpixel.com)

O período de carnaval chegou ao fim, mas toda a curtição dos blocos e festas pode deixar sequelas para o resto da vida. Isso porque, na hora do clima, ainda têm aqueles que "esquecem" de usar a camisinha. O ato que pode parecer inofensivo, mas aumenta o risco de contrair uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), além do perigo de ocorrer uma gravidez não planejada. De acordo com o Ministério da Saúde, 108 mil brasileiros são HIV positivo e não sabem. 

O clínico geral Vital Fernandes Araújo, pós-graduado em medicina ortomolecular e pós-graduado em psiquiatria, ressalta os perigos em relação ao sexo sem proteção. "Os maiores riscos estão relacionados à transmissão de infecções sexualmente transmissíveis, as famosas ISTs, incluindo HIV, herpes genital, sífilis, gonorreia, clamídia e HPV. Além das ISTs, o sexo sem proteção pode levar a gravidez não planejada e outras doenças inflamatórias pélvicas”, destaca. 

Por isso, caso tenha feito sexo sem proteção, é importante agir rapidamente para reduzir os riscos de ISTs e gravidez não planejada. Vital recomenda duas medidas para reduzir os riscos. As ações incluem:

Tomar a pílula do dia seguinte - Com a preocupação da possibilidade de gravidez, a pessoa pode tomar a pílula do dia seguinte o mais rápido possível após o sexo desprotegido. A pílula é uma forma de contracepção de emergência que pode impedir a ovulação ou fertilização, mas só é eficaz se tomada em um curto período após o sexo, no máximo em 72 horas. É importante lembrar que a pílula do dia seguinte não protege contra ISTs.

Procurar um médico - É importante procurar um profissional para fazer exames. É interessante fazer testes para detecção de possíveis ISTs, também existem tratamentos precoces para evitar a transmissão dessas infecções, mas é preciso inicia-los logo após a exposição. 

Sintomas e como identificar uma possível IST?

Como explica o clínico geral, "os sintomas variam bastante a depender do indivíduo e do tipo de IST. Inclusive, algumas ISTs podem não apresentar sintomas a curto prazo e podem levar semanas ou meses para serem detectadas”.

Os sintomas mais comuns de ISTs são:

— Coceira, vermelhidão ou irritação nos genitais
— Dor ao urinar
— Corrimento vaginal ou peniano
— Feridas ou bolhas nos genitais, boca ou ânus
— Dor durante o sexo

Caso existam sintomas na região genital ou nos arredores, é recomendado consultar um médico, logo após a relação sexual sem proteção, para ser feito o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado, caso necessário. Um dos métodos para se precaver é a Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP)

O que é PEP?

A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é um tratamento que envolve o uso de medicamentos antirretrovirais para prevenir a infecção pelo HIV após uma exposição a riscos, como sexo desprotegido ou compartilhamento de agulhas. Existe, também, profilaxia específica para o vírus da hepatite B e para outras ISTs.

Nesses casos, não adianta se desesperar. Existem medidas de prevenção que podem ser adotadas após uma relação desprotegida. O tratamento de emergência deve ser iniciado o mais rápido possível após a exposição, idealmente dentro de duas horas, e no máximo até 72 horas após a exposição. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde.

Geralmente prescrita por médicos especializados em HIV, a pessoa deve passar por uma avaliação médica completa antes de iniciar o tratamento. Nem todas as pessoas são elegíveis para a PEP, e a decisão de prescrevê-la é baseada em vários fatores, incluindo o tipo de exposição, o risco de infecção e a saúde geral da pessoa.

O tratamento é mais efetivo contra HIV. Mas também existe Profilaxia para Hepatite B e outras ISTs, como a clamídia, a gonorreia e a sífilis.

Onde encontrar a PEP?

Oferecida gratuitamente pelo SUS, basta procurar uma Unidades de Pronto Atendimento (UPA). 

Pílula do dia seguinte

A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência que pode ser usado para prevenir a gravidez após uma relação sexual desprotegida ou quando o método contraceptivo falhou (como o caso de rompimento do preservativo). Contém uma dose mais elevada de hormônios do que as pílulas anticoncepcionais regulares, e deve ser tomada o mais rápido possível após a relação sexual, idealmente dentro de 12 horas. No entanto, a pílula do dia seguinte ainda pode ser eficaz se tomada até 72 horas após a relação sexual.

Vital explica que “a eficácia não é 100%, e sempre existirá risco de gravidez, mesmo com o uso. Vale lembrar também que a pílula do dia seguinte não protege contra as ISTs”.

Caso exista a exposição ao vírus do HIV, quais medidas devem ser tomadas?

Se houver exposição ao vírus HIV é importante agir rapidamente para reduzir o risco de infecção.

  •  Procurar um serviço de saúde o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição;
  •  Avaliar se é necessário iniciar um tratamento de emergência conhecido como Profilaxia Pós-Exposição para prevenir a infecção pelo HIV.
  •  Realizar testes e exames de acompanhamento junto a um médico.

Uma relação sem proteção pode também servir para nos relembrar da importância da camisinha: o uso do preservativo é sempre a maneira mais eficiente para proteger contra o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).

*Estagiário sob supervisão de Thays Martins 

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